Teste com hits pop mostrou que chiclete reduz frequência de "loops musicais" no cérebro / Freepik
Continua depois da publicidade
Sabe aquela música que parece grudada no seu cérebro, repetindo sem parar? De acordo com cientistas da Universidade de Reading, no Reino Unido, um chiclete pode ser o suficiente para dar um fim nesse ciclo.
A pesquisa indicou que mastigar logo após ouvir músicas com alto potencial de fixação ajuda a reduzir o número de vezes em que elas voltam involuntariamente à mente.
Continua depois da publicidade
Estudos anteriores já apontavam que atividades que envolvem o uso da mandíbula, como falar ou movimentar a boca, podem interferir na memória de curto prazo e até atrapalhar o chamado “som mental”.
Mas, segundo os pesquisadores, essa foi a primeira vez que a ligação direta entre goma de mascar e música grudenta foi avaliada em laboratório.
Continua depois da publicidade
Aproveite e conheça a música "brasileira" que o mundo ama, mas o Brasil ignora.
“O fenômeno da música chiclete existe pelo menos desde o século 19. Edgar Allan Poe e Mark Twain já escreveram sobre isso”, explicou o professor Phil Beaman, que liderou o estudo.
“Para a maioria das pessoas, isso dura poucos minutos, mas há casos em que a música fica por dias. Nossa proposta foi testar se um comportamento simples podia interferir nisso”, completou.
Continua depois da publicidade
Na prática, 98 voluntários participaram do teste. Eles ouviram músicas como Play Hard, do David Guetta, e Payphone, do Maroon 5 — faixas conhecidas por ficarem na cabeça. Depois, receberam a tarefa de não pensar nas músicas durante alguns minutos.
Quando a canção voltasse mentalmente, eles deveriam apertar um botão. O resultado mostrou que os participantes que estavam mascando goma relataram significativamente menos ocorrências do que os que não estavam.
A pesquisa foi publicada na revista Quarterly Journal of Experimental Psychology e sugere que o simples ato de mastigar pode funcionar como uma barreira contra pensamentos “automáticos”.
Continua depois da publicidade
Dica do Editor: Conheça 5 vitrolas para ouvir música com estilo e qualidade.
“Mexer com o nosso ‘diálogo interno’ usando algo como um chiclete — ou talvez alguma ferramenta mais sofisticada no futuro — pode ter um alcance terapêutico mais amplo”, afirmou Beaman.
Ainda assim, ele reconhece que mais testes são necessários para avaliar se a técnica também seria útil em condições como o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
Continua depois da publicidade
A própria universidade, em um estudo anterior feito em 2009, já havia concluído que praticamente qualquer música tem chance de se tornar um “grude mental” — e que isso é mais comum do que se imagina.