Diário Mais

Cientistas descobrem ruptura de placa tectônica no Pacífico pela primeira vez

Os cientistas utilizaram imagens de reflexão sísmica e registros de terremotos para mapear o fundo do mar

Fábio Rocha

Publicado em 29/10/2025 às 18:02

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Cientistas registraram pela primeira vez a ruptura de uma placa tectônica no oceano Pacífico / Divulgação/Science Advances

Continua depois da publicidade

Pela primeira vez, geólogos registraram o processo real de fragmentação de uma placa tectônica em pleno oceano Pacífico. A descoberta, feita por uma equipe internacional de pesquisadores, revela que a placa Juan de Fuca, localizada na região de Cascadia, entre o norte da Califórnia (EUA) e o sul da Colúmbia Britânica (Canadá), está se rompendo lentamente em várias partes menores.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

A pesquisa, liderada pelo geólogo Brandon Shuck, da Universidade Estadual da Louisiana (LSU), analisou o comportamento da placa em subducção, isto é, o ponto onde uma placa tectônica mergulha sob outra. 

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Cientistas encontram pegadas de dinossauros na Amazônia brasileira em descoberta espantosa

• Cientista reconhecido mundialmente patenteia pílula para a eterna juventude

Pela primeira vez, os cientistas observaram esse tipo de estrutura se partindo gradualmente, dando origem a microplacas em um processo contínuo e silencioso.

A descoberta ocorreu na região de Cascadia, entre o norte da Califórnia e o sul da Colúmbia Britânica, perto da Ilha de Vancouver (imagens ilustrativas) / Fotos: Imagens geradas por IA/ImageFX
A descoberta ocorreu na região de Cascadia, entre o norte da Califórnia e o sul da Colúmbia Britânica, perto da Ilha de Vancouver (imagens ilustrativas) / Fotos: Imagens geradas por IA/ImageFX
O fenômeno envolve a placa Juan de Fuca e a placa Explorer, que estão se fragmentando em microplacas
O fenômeno envolve a placa Juan de Fuca e a placa Explorer, que estão se fragmentando em microplacas
A pesquisa foi conduzida por Brandon Shuck e sua equipe da Universidade Estadual da Louisiana
A pesquisa foi conduzida por Brandon Shuck e sua equipe da Universidade Estadual da Louisiana
Ondas sonoras enviadas de um navio foram captadas por sensores subaquáticos e revelaram fraturas profundas de até cinco quilômetros
Ondas sonoras enviadas de um navio foram captadas por sensores subaquáticos e revelaram fraturas profundas de até cinco quilômetros

“O sistema tectônico não para repentinamente, mas sofre uma série de rupturas graduais”, explicou Shuck.

Continua depois da publicidade

O estudo, publicado em setembro na revista Science, combinou imagens sísmicas de alta resolução e registros detalhados de terremotos para mapear o interior do fundo do mar próximo à Ilha de Vancouver. 

As ondas sonoras foram emitidas de um navio e captadas por sensores subaquáticos, criando um retrato tridimensional da estrutura geológica subterrânea.

Os resultados impressionaram. Os pesquisadores identificaram fraturas profundas com separações verticais de até cinco quilômetros. Embora parte da placa ainda permaneça conectada, certas zonas já não exibem atividade sísmica, o que indica que esses trechos estão se isolando do restante.

Continua depois da publicidade

Dica do editor:

Segundo Shuck, quando um segmento perde o contato com as rochas ao redor, ele deixa de gerar terremotos, um sinal claro de que o rompimento está em curso. 
Além disso, as análises mostraram que novas microplacas estão se formando, integrando-se gradualmente ao sistema maior.

O trabalho também lança luz sobre antigos enigmas geológicos: ao comparar os dados com padrões fósseis de microplacas da região da Baixa Califórnia, os cientistas perceberam semelhanças que podem explicar como fragmentos antigos surgiram e evoluíram sem registros visuais anteriores.

Continua depois da publicidade

Mais do que alterar o mapa tectônico da região, o fenômeno tem implicações profundas na dinâmica terrestre. A fragmentação cria “janelas” no interior da crosta, permitindo que material quente do manto suba à superfície, o que pode desencadear episódios temporários de vulcanismo e modificar a configuração dos limites tectônicos no noroeste do Pacífico.

Com informações do portal O Globo.

Principais pontos:

  • Cientistas registraram pela primeira vez a ruptura de uma placa tectônica no oceano Pacífico.
  • A descoberta ocorreu na região de Cascadia, entre o norte da Califórnia e o sul da Colúmbia Britânica, perto da Ilha de Vancouver.
  • O fenômeno envolve a placa Juan de Fuca e a placa Explorer, que estão se fragmentando em microplacas.
  • A pesquisa foi conduzida por Brandon Shuck e sua equipe da Universidade Estadual da Louisiana.
  • O estudo foi publicado em setembro na revista Science.
  • Os cientistas utilizaram imagens de reflexão sísmica e registros de terremotos para mapear o fundo do mar.
  • Ondas sonoras enviadas de um navio foram captadas por sensores subaquáticos e revelaram fraturas profundas de até cinco quilômetros.
  • Os dados mostraram que partes da placa já não registram atividade sísmica, o que indica um rompimento gradual.
  • Segundo Brandon Shuck, “o sistema tectônico não para repentinamente, mas sofre uma série de rupturas graduais”.
  • A pesquisa identificou a formação de novas microplacas que se integram ao sistema tectônico.
  • As rupturas criam janelas na crosta terrestre, permitindo que material quente do manto suba à superfície e provoque vulcanismo temporário.
  • O estudo também ajuda a explicar a origem de antigas microplacas fósseis, como as da Baixa Califórnia.
  • Essa é a primeira vez que os cientistas observam diretamente uma placa de subducção se rompendo em tempo real.

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software