Floresta Amazônica está perdendo a capacidade de se regenerar, indicam estudos / Imagem gerada por IA
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Pesquisadores apontam que a Floresta Amazônica pode estar cada vez mais próxima de um “ponto de não retorno” — momento em que a floresta perde a capacidade de se regenerar e passa a sofrer uma transformação irreversível. Essa mudança teria impactos não apenas ambientais, mas também sociais e econômicos, afetando diretamente o clima do Brasil e do planeta.
Um estudo publicado na revista Nature mostra que secas mais intensas, altas temperaturas e desmatamento criam um cenário perigoso para a maior floresta tropical do mundo.
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Nos últimos anos, a região amazônica enfrentou secas históricas, agravadas por eventos como o El Niño e pelo aquecimento global. O relatório da organização ACAPS, divulgado em janeiro de 2025, destaca que comunidades ribeirinhas foram diretamente atingidas, com rios em níveis recordes de estiagem e dificuldade no transporte de alimentos e combustíveis.
Além disso, dados de satélite indicam que áreas desmatadas e queimadas perdem a capacidade de reciclar a umidade que forma chuvas, acelerando ainda mais a degradação da floresta.
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Se a Amazônia atingir o ponto de não retorno, os efeitos podem ser drásticos: menor volume de chuvas em regiões agrícolas do Centro-Oeste e Sudeste, aumento no risco de incêndios florestais e redução da geração de energia hidrelétrica.
A floresta, hoje um dos maiores sumidouros de carbono do planeta, poderia se tornar emissora líquida de gases de efeito estufa, ampliando a velocidade das mudanças climáticas.
O climatologista Carlos Nobre, referência no tema, tem alertado para a urgência de conter o desmatamento e promover políticas de restauração florestal. “Se perdermos a Amazônia, perdemos o equilíbrio climático do Brasil e comprometemos a segurança alimentar e energética do país”, afirmou em entrevista recente.
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Segundo os pesquisadores, mesmo em cenários moderados de aquecimento (1,5 °C a 2 °C acima da era pré-industrial), a floresta já pode enfrentar secas mais prolongadas e ondas de calor mais severas.
O tombamento de áreas de preservação, a fiscalização contra o desmatamento e o fortalecimento de comunidades indígenas e tradicionais são apontados como caminhos essenciais para frear esse processo.
Organizações ambientais reforçam que a Amazônia não é apenas um patrimônio brasileiro, mas um regulador climático do planeta — e sua perda teria efeitos globais.
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