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Cidade brasileira se tornou a capital dos prédios no Brasil e mudou a forma de morar

Hoje, o município é reconhecido como a cidade com a maior proporção de moradores vivendo em apartamentos no país

Isabella Fernandes

Publicado em 23/12/2025 às 16:08

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Ao caminhar pelas ruas de Santos, no litoral de São Paulo, um traço urbano salta aos olhos: a predominância absoluta de edifícios residenciais. / Renan Lousada/DL

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Ao caminhar pelas ruas de Santos, no litoral de São Paulo, um traço urbano salta aos olhos: a predominância absoluta de edifícios residenciais. Diferentemente de outras cidades brasileiras, onde casas e prédios convivem de forma equilibrada, Santos construiu uma identidade marcada pela verticalização contínua.

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Hoje, o município é reconhecido como a cidade com a maior proporção de moradores vivendo em apartamentos no país. Essa característica influencia não apenas a paisagem, mas também a rotina, a infraestrutura e a dinâmica social da cidade.

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Renan Lousada/DL
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Crescimento limitado impulsionou a verticalização

A verticalização de Santos não é um fenômeno recente nem resultado exclusivo da especulação imobiliária moderna. O processo começou ainda na primeira metade do século XX, impulsionado por limitações geográficas claras. O território do município é restrito, cercado pelo mar, por áreas de manguezal e pela Serra do Mar, o que praticamente inviabilizou a expansão horizontal.

Com pouco espaço para crescer “para os lados”, a cidade encontrou na construção vertical a principal alternativa para acomodar sua população. A proximidade com a capital paulista, a importância econômica do Porto de Santos e o apelo do litoral como local de moradia permanente aceleraram esse movimento ao longo das décadas.

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Orla e bairros dominados por edifícios

A orla da praia é o retrato mais evidente desse modelo urbano. Quilômetros de prédios residenciais se alinham quase sem interrupções, formando um dos maiores conjuntos verticais contínuos do Brasil. No entanto, a verticalização não se restringe à faixa litorânea.

Bairros como Gonzaga, Boqueirão, Aparecida e Ponta da Praia apresentam uma predominância quase total de edifícios. Em muitas dessas regiões, casas térreas tornaram-se raridade, substituídas por condomínios residenciais de diferentes épocas e padrões.

Efeitos diretos no cotidiano da cidade

Viver majoritariamente em prédios altera profundamente a dinâmica urbana. A alta densidade populacional em áreas relativamente pequenas pressiona sistemas como abastecimento de água, esgoto, energia elétrica, mobilidade urbana e coleta de resíduos.

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Por outro lado, esse adensamento facilita o acesso a serviços, comércio, escolas e transporte público, criando uma cidade compacta e funcional. A vida em condomínios, o uso constante de áreas comuns e a convivência em espaços compartilhados fazem parte do cotidiano da maioria dos santistas.

Vantagens e desafios do modelo vertical

Entre os principais benefícios da verticalização estão a otimização do uso do solo, a proximidade entre moradia e serviços e a valorização imobiliária em áreas bem localizadas. Santos consegue abrigar uma população expressiva em um território limitado, algo especialmente relevante para cidades costeiras.

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Os desafios, porém, são significativos. A concentração excessiva de prédios pode intensificar ilhas de calor, reduzir a ventilação natural e criar áreas de sombra permanente, especialmente na orla. Além disso, muitos edifícios mais antigos exigem investimentos constantes em manutenção, segurança estrutural e modernização.

Santos e outras cidades verticalizadas

Balneário Camboriú, em Santa Catarina, costuma ser lembrada como símbolo da verticalização no Brasil, principalmente pela altura de seus edifícios. Santos, no entanto, se destaca por outro motivo: a quantidade de prédios e a proporção de moradores que vivem em apartamentos.

Enquanto outras cidades combinam bairros horizontais e verticais, Santos adotou um padrão urbano quase homogêneo, tornando-se um caso singular no cenário do urbanismo brasileiro.

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