Cidade brasileira esconde pinturas rupestres com mais de 25 mil anos e você pode visitar

Escondido no sertão do Piauí, o Parque Nacional da Serra da Capivara, localizado no município de São Raimundo Nonato (PI), guarda um dos maiores tesouros arqueológicos do planeta. 

O parque abriga a maior concentração de sítios pré-históricos das Américas, com mais de mil locais de arte rupestre catalogados, muitos com pinturas que têm mais de 25 mil anos.

A descoberta dessas pinturas colocou o Brasil no centro de um debate internacional: afinal, os primeiros humanos chegaram às Américas muito antes do que se pensava?

Arte que desafia os livros de história

Por décadas, a teoria mais aceita era a de que os primeiros povos chegaram às Américas pelo Estreito de Bering (no norte da Ásia) há cerca de 12 mil anos. 

Mas as descobertas na Serra da Capivara, lideradas pela arqueóloga franco-brasileira Niède Guidon desde os anos 1970, indicam que grupos humanos já viviam no local bem antes disso, o que sugere uma rota de povoamento muito mais antiga e complexa.

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As pinturas mostram cenas do cotidiano, como caça, dança, parto, rituais e animais da fauna extinta. Tudo isso, gravado nas rochas de forma surpreendentemente bem preservada.

Patrimônio da Humanidade

Em 1991, o parque foi reconhecido como Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO. A paisagem de caatinga, somada ao acervo arqueológico, forma um cenário único que mistura natureza, ciência e história.

Com uma área de mais de 129 mil hectares, o parque é também um modelo de conservação ambiental e pesquisa científica. Ele é administrado pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio) e pela Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM).

Turismo e preservação

Apesar de sua importância, a Serra da Capivara ainda é pouco conhecida pela maioria dos brasileiros. O turismo na região é crescente, mas enfrenta desafios como a infraestrutura limitada e o difícil acesso.

O aeroporto regional da cidade foi inaugurado recentemente, e há esforços para integrar o parque a roteiros de turismo ecológico e cultural.

A visita ao parque inclui trilhas guiadas, observação das pinturas rupestres e um mergulho na história mais profunda da humanidade no continente.