De megaprojetos abandonados a lares rurais / Reprodução/YouTube
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O que deveria ser símbolo de status na China hoje abriga agricultores e rebanhos. Vilas de luxo em Shenyang, projetadas para a elite, revelam a crise imobiliária. Este sonho milionário transformado em ruínas mostra a fragilidade de um modelo urbano desconectado das reais necessidades da população.
Essas "cidades fantasmas" não são exceção; são um sintoma claro de um modelo de crescimento chinês baseado na supervalorização imobiliária. Com alto financiamento público, construtoras ergueram projetos sem demanda real.
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Cerca de 65 milhões de imóveis vazios, a AD Magazine aponta que essa quantidade equivale a quase metade da população brasileira. A ocupação informal trouxe algum uso a espaços que estariam totalmente degradados, mas a ironia é evidente.
As "Mansões de Hóspedes do Estado" em Shenyang, erguidas pela Greenland Group, inspiravam-se na arquitetura europeia. Contudo, após dois anos, o projeto foi abruptamente interrompido, deixando estruturas inacabadas e muito mato.
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Sem compradores ou perspectivas de retomada, as moradias abandonadas foram ocupadas por moradores rurais. Agricultores transformaram casas de milhões em seus lares, abrigando também o pastoreio.
Essa adaptação improvisada, com vacas entre colunas neoclássicas, expõe a desconexão do planejamento urbano.
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A falta de compradores, aliada ao envelhecimento populacional e ao aumento do custo de vida, derrubou a confiança no setor imobiliário. Construtoras endividadas e projetos paralisados tornaram-se comuns, alimentando a proliferação de vilas abandonadas.
O fenômeno das cidades fantasmas não se limita a Shenyang. Thames Town, perto de Xangai, inspirada em Londres, é praticamente desabitada. Kangbashi, em Ordos, construída para um milhão de pessoas, nunca atingiu um décimo dessa população.
Estes são apenas alguns exemplos de um problema generalizado na China
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