Lei Jun, CEO da Xiaomi, que agora entrou no mercado dos carros elétricos / Divulgação/Xiaomi
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A Xiaomi resolveu entrar de vez no mercado de veículos elétricos e, para isso, adotou uma estratégia ousada. O CEO da empresa, Lei Jun, revelou que comprou três unidades do Tesla Model Y apenas para desmontá-las por completo. A intenção era estudar cada componente do veículo mais popular da montadora americana, entender soluções de engenharia e buscar referências para o desenvolvimento do carro da própria marca chinesa.
O resultado dessa investigação serviu de base para a criação do YU7, o modelo elétrico que a Xiaomi apresentou recentemente. Durante um evento em Pequim, Lei Jun chegou a comparar os dois veículos e afirmou que, em termos de design interno e aproveitamento do espaço, o YU7 não fica atrás do Model Y. Em tom curioso, declarou que, se os consumidores não escolherem o carro da Xiaomi, podem considerar o Tesla como uma alternativa válida.
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Apesar da rivalidade implícita, não faltaram elogios ao concorrente. Lei Jun descreveu o Model Y como “um carro muito, muito impressionante”, destacando o quanto o projeto da Tesla é sólido. Ao mesmo tempo, aproveitou para exaltar os diferenciais do YU7, que, segundo ele, adota uma arquitetura de 800 volts capaz de carregar até 80% da bateria em apenas 13 minutos — tempo menor que os 18 minutos necessários para o Model Y alcançar o mesmo nível.
A disputa acontece em um momento de mudança no setor. A Tesla vem enfrentando queda nas vendas na China, com retração de cerca de 4% em agosto em comparação ao ano anterior. Já a Xiaomi estreou com força: o YU7 registrou mais de 240 mil pré-encomendas nas primeiras 24 horas após o anúncio. O contraste mostra o quanto a empresa chinesa pretende abalar a liderança da Tesla em um mercado cada vez mais competitivo.
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A prática de desmontar veículos de concorrentes não é nova na indústria automotiva, mas o gesto da Xiaomi chamou atenção por ter sido admitido publicamente. Ao revelar a estratégia, Lei Jun sinalizou que a companhia não tem receio de aprender com os rivais e, ao mesmo tempo, de se colocar como uma alternativa tecnológica à altura. Se o YU7 conseguirá de fato rivalizar com o Model Y, só o tempo dirá — mas a corrida pelo carro elétrico do futuro ganhou um novo capítulo.