A comunidade científica internacional confirma que os celulares emitem e recebem ondas de rádio e micro-ondas / Freepik
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Você costuma dormir com o celular ao lado da cama, atendê-lo encostado ao ouvido ou carregá-lo no bolso o dia todo? Embora o uso dos smartphones faça parte da rotina moderna, especialistas alertam que alguns hábitos podem aumentar a exposição à radiação emitida pelos aparelhos.
O professor Vincenzo Schettini, criador do projeto “A Física que a gente gosta”, abordou em um vídeo no YouTube o tema dos possíveis danos causados pelo uso do telefone celular. Em sua explicação, ele faz uma distinção clara entre ondas ionizantes e não ionizantes.
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A comunidade científica internacional confirma que os celulares emitem e recebem ondas de rádio e micro-ondas, que pertencem à categoria das ondas não ionizantes. Diferentemente dos raios X e dos raios gama, essas ondas não têm energia suficiente para alterar diretamente a estrutura do DNA.
Segundo a física clássica, a intensidade do campo eletromagnético diminui exponencialmente com o aumento da distância em relação ao aparelho: a 20 centímetros, a exposição cai mais de 90%.
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Essa relação, conhecida como lei do inverso do quadrado da distância, é o princípio fundamental por trás de qualquer estratégia para reduzir a exposição.
Veja também como carregar a bateria do celular quando falta luz em casa.
A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) classificou os campos de radiofrequência como possivelmente cancerígenos para humanos (categoria 2B), ou seja, com provas ainda limitadas.
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Já a Associação Italiana de Pesquisa sobre o Câncer (AIRC) destaca que não há evidências científicas suficientes que sustentem uma relação direta de causa e efeito entre a exposição a campos eletromagnéticos e o surgimento de tumores cerebrais. Mesmo assim, a comunidade científica concorda que é necessário continuar investigando.
Em seu comunicado mais recente, de 22 de outubro de 2024, a AIRC afirmou que “as provas disponíveis não são suficientes para afirmar que existe um vínculo, especialmente com os celulares de nova geração”.
O recado principal da ciência segue sendo de prudência: não há conexão comprovada até o momento, mas o monitoramento e a pesquisa devem continuar.
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E saiba também que esta função esquecida está acabando com a bateria do seu celular sem você perceber.
O uso prolongado do telefone junto ao ouvido aumenta a exposição. Schettini recomenda, por precaução, usar o viva-voz ou fones de ouvido, mantendo o aparelho a uma distância mínima. A apenas 10 ou 20 centímetros, a intensidade do campo cai drasticamente.
Os fones com fio transmitem o som por meio de um condutor, sem emissões eletromagnéticas relevantes. Já os fones Bluetooth operam com tecnologia de baixa potência, emitindo radiação cerca de cem vezes menor do que o próprio celular.
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Guardar o aparelho no bolso mantém contato direto com o corpo, especialmente com regiões sensíveis, e pode gerar exposição contínua, mesmo quando o celular não está em uso.
O risco aumenta quando o sinal está fraco, pois o aparelho amplia automaticamente a potência de emissão para buscar rede. A recomendação é deixar o celular em uma bolsa ou mochila.
A mais de 50 centímetros da cabeça, a exposição é considerada desprezível, segundo os princípios físicos explicados.
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No entanto, por precaução, o físico recomenda não dormir com o aparelho debaixo do travesseiro nem em contato direto com o corpo. O ideal é deixá-lo em uma superfície afastada ou até em outro cômodo.
O professor conclui que, embora não existam provas científicas concretas de danos causados pelos celulares, pequenas mudanças de hábito podem reduzir a exposição desnecessária, sem comprometer o uso cotidiano da tecnologia.