O Brasil também guarda seus canyons de tirar o fôlego / Imagem gerada por IA
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Entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, uma das paisagens mais impressionantes do país se esconde em silêncio. É nos parques nacionais de Aparados da Serra e Serra Geral que surgem alguns dos cânions mais profundos e extensos da América do Sul — formações gigantescas que lembram, à primeira vista, um “Grand Canyon brasileiro”, mas ainda passam despercebidas por muitos turistas.
O destaque vai para o Cânion Itaimbezinho, com cerca de 5,8 quilômetros de extensão e paredões que chegam a 720 metros de altura. Já o vizinho Cânion Fortaleza impressiona com abismos ainda mais profundos, vista panorâmica e trilhas que revelam mirantes naturais sobre as montanhas da Serra Geral. Esses paredões gigantes foram moldados pela erosão ao longo de milhões de anos, criando uma das geografias mais dramáticas e monumentais do Brasil.
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Segundo geólogos da CPRM e pesquisadores de universidades do Sul, os cânions têm origem vulcânica e sedimentar, resultado de antigas atividades geológicas combinadas com a ação contínua da água. O contraste entre os campos de altitude e o vazio colossal dos abismos cria uma paisagem rara, difícil de encontrar até mesmo em outros continentes.
As trilhas que contornam os cânions são algumas das mais famosas do país, como a Trilha do Vértice e a Trilha do Cotovelo. Nos dias de céu limpo, é possível avistar o mar no horizonte. Já nas manhãs frias, a neblina costuma “invadir” os paredões e desaparecer em minutos, criando um espetáculo natural que muda a cada visita.
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A área é protegida pelo ICMBio e integra dois parques nacionais. O acesso é controlado, há regras para caminhadas e preservação, e o turismo vem sendo ampliado de forma gradual, com novos mirantes e serviços planejados. Apesar disso, especialistas lembram que a região ainda recebe menos visitantes do que merece — especialmente quando comparada a paisagens internacionais bem mais divulgadas.
Entre abismos, mirantes e silêncio absoluto, o “Grand Canyon brasileiro” reúne geologia, aventura e uma das vistas mais cinematográficas do país. Um destino que, apesar da grandiosidade, segue relativamente subestimado — e que pode surpreender qualquer viajante que busca natureza em escala monumental.