Neutros quentes ganham protagonismo e definem o clima de aconchego que marca as tendências de 2026 / Tima Miroshnichenko/Pexels
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Muitas tendências geram debate no universo do design, mas poucas chamam tanta atenção quanto as cores de tinta. Isso acontece, em parte, porque pintar a casa é uma das mudanças mais simples de fazer: quase todo mundo pode fazer (desde que não haja restrições do imóvel) e é uma forma acessível e prática de renovar os ambientes. Em resumo, é algo em que todos podemos participar.
Talvez por isso, todos os anos as principais marcas de tinta lançam suas coleções de “cor do ano”, tentando prever quais tons vão se destacar. Algumas apostas acertam em cheio — como os neutros suaves previstos pela Sherwin-Williams e Benjamin Moore para 2026 — enquanto outras não se traduzem tão facilmente para a vida real.
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Não é raro que designers tenham uma visão bem diferente sobre quais cores vão conquistar os clientes no ano seguinte. Especialistas revelaram os tons que devem marcar presença nos ambientes em 2026. Veja algumas imagens:
Depois de temporadas dedicadas a paletas vibrantes, os interiores começam a abraçar novamente o conforto. Mesmo que tons intensos ainda tenham seu lugar, os neutros acolhedores conquistam renovado destaque.
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“A tendência do cinza frio também chegou ao fim”, afirma Kelsey Matyas, da Kelsey Deirdre Designs. “Os clientes anseiam por calor, incluindo tons de taupe, areia, cogumelo e branco cremoso que transmitem aconchego e atemporalidade. O cinza, antes elegante e moderno, agora parece frio e sem graça; esses tons neutros quentes envolvem o ambiente em calma e conexão.”
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Embora existam muitas maneiras de encontrar o tom neutro quente perfeito, os profissionais concordam que uma tonalidade em particular está ganhando destaque: um tom tradicional que muitos designers chamam de cáqui quente.
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“Essa tonalidade continua a evoluir como o novo ‘neutro base’”, afirma Kristen Wolff, diretora de design do Brandon Architects. “Ele é mais suave e convidativo que os brancos puros ou ou tons de cinza-bege (greige), e combina facilmente com paletas de cores quentes e frias. Proporciona um pano de fundo sutil e sofisticado que permite que os materiais e as texturas sejam os protagonistas.”
A designer Molly Torres Portnof, da DATE Interiors, recomenda usar neutros quentes como Universal Khaki, da Sherwin-Williams, para dar suavidade e profundidade a espaços maiores. Já Lara Apelian, do estúdio Lara Apelian Studio, destaca a tonalidade Fleur de Sureau, da Ressource Paints, como o tom terroso perfeito. “Cores derivadas da natureza e de seu calor natural têm nos atraído ultimamente”, ela acrescenta.
Apesar de o caqui aquecido dominar a preferência dos especialistas, ele está longe de ser o único destaque do próximo ano. Outros tons terrosos — como ocre intenso, verde-floresta e marrom tabaco — estão aparecendo com força em projetos.
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“Estamos vendo uma crescente valorização do aconchego em interiores rústicos e com várias camadas, que priorizam a essência em vez do espetáculo”, explica a designer Stephanie Martin, ao comentar a tendência do setor por um visual mais natural. “Tons profundos e terrosos, como verde-oliva, ferrugem e azul-escuro, estão substituindo os neutros mais frios, enquanto materiais como metais com pátina e texturas , azulejos esmaltados à mão e pedra natural trazem uma riqueza tátil à paleta.”
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Em um mundo digitalmente conectado, constantemente bombardeado por estímulos e que gera a necessidade de mais, essas paletas terrosas ancoram um espaço com uma confiança serena, criando uma sensação de santuário, pacífica, equilibrada e atemporal. “Interiores excessivamente minimalistas, totalmente brancos, e móveis produzidos em massa estão dando lugar a peças com personalidade, pátina e história”, acrescenta Elana Tenenbaum Cline, da Carta Creatives. “Há um desejo por interiores que transmitam uma sensação de solidez, não de artificialidade.”
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