A bala Halls é praticamente onipresente no Brasil. / Freepik
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A bala Halls é praticamente onipresente no Brasil. Está em padarias, farmácias, mercados, postos de gasolina e até no bolso de quem sai de casa “só por garantia”. Conhecida pelo sabor intenso e pela sensação refrescante, ela ganhou fama como aliada informal contra gripe, tosse e garganta irritada, mesmo sem ser um medicamento.
Mas o que muita gente não sabe é que, nos Estados Unidos, a Halls ocupa um lugar bem diferente nas prateleiras.
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Enquanto no Brasil a Halls é vendida oficialmente como bala ou confeito, nos Estados Unidos ela é classificada como pastilha medicamentosa para garganta (medicated cough drop). Por lá, o produto costuma ser encontrado na seção de remédios, ao lado de xaropes e outros itens para sintomas respiratórios.
Essa diferença não é apenas cultural: envolve regras sanitárias e composição do produto.
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Nos Estados Unidos, muitas versões da Halls contêm mentol em concentração suficiente para ser considerado princípio ativo, com indicação clara de alívio temporário da tosse e da irritação na garganta. Por isso, o rótulo traz orientações semelhantes às de medicamentos, incluindo limites de consumo e advertências.
No Brasil, apesar de também conter mentol e proporcionar sensação de alívio, a bala não é registrada como medicamento pela Anvisa. Aqui, ela entra na categoria de alimento, sem promessa terapêutica oficial, mesmo que, na prática, seja usada como tal por milhões de pessoas.
No imaginário brasileiro, a Halls virou quase um “remédio caseiro moderno”. É comum ouvir frases como “chupa uma Halls que melhora” para garganta arranhando, tosse leve ou nariz entupido.
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Essa popularidade atravessa gerações e se mantém forte justamente pela sensação imediata de frescor e pelo efeito anestésico leve do mentol, que realmente pode aliviar o desconforto, ainda que não trate a causa do problema.
Especialistas explicam que o efeito percebido é semelhante nos dois países. O que muda é a forma como a legislação encara o produto. Nos EUA, qualquer item que declare alívio de sintomas precisa seguir regras de medicamentos. No Brasil, se não houver essa promessa explícita, ele pode ser vendido como bala.
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Ou seja: a Halls não “vira remédio” ao cruzar a fronteira, ela apenas passa a ser tratada como tal.