Essas aves não voam, mas correm bastante / Foto: Reprodução/YouTube
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O tacaé-do-sul, ave icônica da Nova Zelândia declarada extinta no século XIX, está fazendo um retorno triunfal à Ilha Sul. Pesquisadores conseguiram recuperar a população dessa espécie sagrada para a tribo Ngāi Tahu após sete décadas de esforços de conservação.
Recentemente, 18 exemplares foram soltos no Vale de Greenstone, marcando um novo capítulo na história dessa ave pré-histórica. Com essa liberação, estima-se que a população de tacaés em vida livre chegue a 500 aves, número impensável há algumas décadas.
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A redescoberta do tacaé em 1948 nas montanhas de Murchison foi o ponto de virada para a conservação da espécie. Os esforços incluíram criação em cativeiro, santuários protegidos e controle rigoroso de predadores invasores como furões e gatos selvagens.
"A captura de furões e gatos selvagens reduziu o número de predadores e continua a mantê-los baixos", explica Deidre Vercoe, diretora do projeto Takahē Recovery. Essa medida foi crucial para permitir a reintrodução das aves em seu habitat natural.
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Como ave não voadora, o tacaé-do-sul é especialmente vulnerável a mamíferos introduzidos pelos europeus. Seus ninhos no solo e comportamento dócil os tornam alvo fácil para predadores invasores, exigindo vigilância constante.
O governo neozelandês investiu em múltiplas estratégias: desde translocação entre ilhas até programas de reprodução assistida. A meta é estabelecer populações autossustentáveis que possam prosperar sem intervenção humana constante.
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Para os maori, as penas verde-azuladas do tacaé são consideradas tesouros, e a ave tem profundo significado espiritual. Seu retorno às terras da tribo Ngāi Tahu representa mais que sucesso ecológico - é uma reconexão cultural.
Estudos indicam que essa espécie existe desde o Pleistoceno, sobrevivendo a eras glaciais. Agora, com ajuda humana, o tacaé-do-sul tem a chance de escrever um novo capítulo em sua história evolutiva.
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