A cacatua-de-crista-amarela é uma das espécies de aves mais raras do mundo / Wikipédia/JJ Harrison
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Em meio às ruas de Causeway Bay, uma das áreas mais movimentadas de Hong Kong, ocorre um esforço silencioso e importante nas copas das árvores: a tentativa de salvar a cacatua-de-crista-amarela, uma das aves mais ameaçadas do planeta.
Com sua crista amarela marcante e aparência exótica, essa ave enfrenta risco de extinção, com uma população global estimada entre apenas 1.200 e 2.000 indivíduos.
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Originária do Timor Leste e da Indonésia, a espécie encontrou uma inesperada concentração em Hong Kong, onde vive cerca de 10% da população restante.
A cidade abriga uma das maiores populações selvagens contínuas da espécie no mundo, apesar do ambiente urbano e altamente desenvolvido.
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O principal desafio enfrentado pela cacatua-de-crista-amarela é a falta de locais adequados para nidificação. Essas aves não constroem seus próprios ninhos, mas dependem de cavidades naturais em árvores antigas.
No entanto, cerca de 80% desses espaços desapareceram em razão da poda urbana e dos fortes tufões que atingem a região com frequência.
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Para enfrentar esse problema, foram criadas caixas-ninho artificiais instaladas em árvores estratégicas da cidade. Esses ninhos imitam as cavidades naturais e oferecem abrigo seguro para a reprodução da espécie. Além disso, permitem que pesquisadores acompanhem de perto o comportamento reprodutivo das aves, ainda pouco estudado.
Estima-se a instalação de cerca de 50 dessas caixas em áreas verdes de Hong Kong. O objetivo é criar condições para que as aves consigam se reproduzir com mais sucesso e, assim, frear o declínio populacional. Atualmente, a presença de poucos filhotes entre os grupos observados é um sinal de alerta.
Sem intervenções como essa, a tendência é que a população da cacatua-de-crista-amarela continue diminuindo lentamente, dificultando ainda mais a recuperação da espécie nos próximos anos.
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