Conhecer a idade real dos seus vasos ajuda a cuidar melhor do seu corpo a longo prazo / Freepik
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A elasticidade dos vasos sanguíneos é um marcador fundamental para a saúde do coração, e nem sempre coincide com a idade que consta no seu documento.
Apesar de ser pouco observada, essa medida indica riscos de doenças cardiovasculares tão bem quanto o colesterol elevado e a pressão alta. Existe um exame rápido, simples e indolor que avalia essa característica: a velocidade da onda de pulso (VOP).
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Vale lembrar que os casos de infarto afetam mais de 230 mil jovens no Brasil e um especialista alerta para os riscos.
“Artérias jovens são flexíveis; com o passar dos anos, elas ficam mais rígidas”, explica Ezequiel Forte, presidente do Comitê Científico do Congresso de Cardiometabolismo da Sociedade Argentina de Cardiologia (SAC), em entrevista ao jornal La Nacion.
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Quando grandes artérias, como a aorta, se tornam endurecidas, o coração precisa se esforçar mais e órgãos como rins e cérebro acabam prejudicados.
A rigidez das artérias está ligada a maior chance de hipertensão, insuficiência cardíaca, perda cognitiva e problemas renais, um sinal que aparece muitos anos antes de outras manifestações clínicas.
“Algumas pessoas, mesmo sem sintomas, já acumulam danos nas artérias aos 45 anos”, afirma Forte.
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Guido Damianich, vice-presidente do comitê, reforça: “Quando uma pessoa de 45 anos percebe que suas artérias têm a idade de 60 ou 65, normalmente se motiva a mudar seus hábitos”.
Obesidade, sedentarismo, tabagismo, dieta rica em ultraprocessados, colesterol alto e pressão elevada são os principais responsáveis por acelerar o processo.
Sergio Baratta, presidente eleito da SAC, explica que o envelhecimento arterial varia entre os indivíduos. Há quem tenha predisposição genética para um envelhecimento mais lento, enquanto outros apresentam envelhecimento precoce mesmo com exames normais.
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Há três décadas, medir a VOP era invasivo. Atualmente, o exame é realizado de forma semelhante à aferição da pressão arterial, com um aparelho automático.
“Não dói nem causa desconforto. Uma curva aparece na tela e, com dados como idade, altura e peso, um algoritmo calcula a velocidade da onda. Quanto mais rígida a artéria, mais rápida a onda”, explica Damianich ao La Nacion.
A pressão aórtica central, obtida diretamente, é ainda mais precisa que a pressão do braço, pois reflete a pressão que sai do coração.
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Veja também a fruta milagrosa que pode reduzir obstruções nas artérias e ajudar no combate ao câncer.
Especialistas defendem a inclusão da VOP na atenção primária, podendo ser aplicada por médicos e enfermeiros.
“Se dissermos ao paciente que suas artérias estão envelhecendo e que é possível reduzir a idade vascular, ele terá um objetivo claro e motivador”, resume Stutzbach.
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Para Damianich, esse exame representa uma mudança de paradigma: sair de uma medicina reativa para uma preventiva. “Não é um estudo revolucionário, mas ajuda muito a identificar riscos e evitar danos maiores”.