Agricultora travou batalha de 40 anos com o INSS / Foto meramente ilustrativa / Imagem gerada por IA
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Depois de quatro décadas de espera e uma luta incansável nos tribunais, a agricultora Celeste Lucas da Silva finalmente teve um direito reconhecido: sua própria aposentadoria. O feito só veio aos 101 anos de idade, coroando uma história marcada por persistência, desigualdade e resistência.
A longa batalha começou ainda nos anos 1980, quando Celeste, que trabalhava no campo ao lado do marido, teve sua contribuição ignorada pelo sistema previdenciário. À época, as regras limitavam o reconhecimento de aposentadoria formal a apenas um dos cônjuges.
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Na prática, milhares de mulheres rurais acabaram invisíveis perante a lei, reduzidas apenas ao papel de dependentes, mesmo depois de uma vida inteira de trabalho árduo.
Celeste recebia a pensão de viúva, mas sempre reivindicou o direito a uma aposentadoria própria. Foram anos de negativas, recursos e idas e vindas na Justiça até que, finalmente, o direito foi confirmado. Apesar da vitória, o benefício não será retroativo — ela começa a receber a aposentadoria somente a partir do reconhecimento final da ação.
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O caso chama atenção para uma realidade ainda comum no Brasil: a dificuldade de mulheres trabalhadoras rurais terem sua contribuição reconhecida. Muitas enfrentam barreiras burocráticas, registros incompletos e uma legislação que, por décadas, não enxergou sua participação produtiva.
A conquista de Celeste, mesmo que tardia, é simbólica. Aos 101 anos, ela prova que a luta por direitos pode levar tempo, mas também mostra que insistir pode, sim, trazer justiça — ainda que em um capítulo final da vida.
Assista ao vídeo desse conteúdo direto no Youtube.
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