Cortes em massa na xAI abriram espaço para jovem líder de IA / Reprodução Youtube/Neuralink
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A xAI, divisão da X (antigo Twitter) dedicada ao desenvolvimento da inteligência artificial Grok, passou recentemente por uma grande reestruturação com demissões em massa. Elon Musk, portanto, precisou tomar uma decisão bastante surpreendente em relação ao treinamento da equipe responsável pela sua IA.
Quando se trata de cortar pessoal em suas empresas, Musk tende a demitir primeiro e refletir depois. Segundo o Business Insider, pelo menos 500 funcionários da xAI foram dispensados no início de setembro, sendo a maioria anotadores de dados, responsáveis por ensinar o Grok a entender o mundo, contextualizando e categorizando informações brutas.
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O time de anotadores de dados era o maior da xAI, com cerca de 1.500 membros no Slack, plataforma corporativa de comunicação. Após a onda de cortes, esse número caiu para pouco mais de 1.000 em apenas algumas horas.
Os trabalhadores receberam e-mails informando que a empresa planejava reduzir o quadro de “tutores” de IA. Alguns executivos de alto nível tiveram simplesmente seus acessos bloqueados sem aviso prévio.
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“Após uma análise aprofundada de nossos esforços com Dados Humanos, decidimos acelerar a expansão e a priorização de nossos tutores especializados em IA, ao mesmo tempo em que reduzimos nosso foco em cargos de tutores generalistas. Essa mudança estratégica terá efeito imediato. Como parte dessa reorientação, não precisaremos mais da maioria das posições de tutores generalistas em IA e, portanto, seu vínculo de trabalho com a xAI será encerrado ", dizia o email.
Os funcionários foram informados de que seriam pagos até o fim de seus contratos ou até 30 de novembro, mas que o acesso aos sistemas da empresa seria cortado imediatamente após o aviso de demissão.
Poucos dias depois, a própria xAI publicou no X (ex-Twitter) que pretendia multiplicar por dez o número de tutores especializados em IA, contratando profissionais nas áreas de STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática), finanças, medicina, segurança, entre outras.
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Veja também: Especialista em IA alerta: quem não se atualizar, não vai conseguir trabalhar.
No meio dessa reviravolta, a xAI surpreendeu ao colocar no comando da equipe de anotação de dados um nome inesperado: Diego Pasini, de apenas 20 anos. Ele concluiu o ensino médio em 2023 e até recentemente cursava ciência da computação e economia na Universidade da Pensilvânia, mas está oficialmente em “licença acadêmica”.
Pasini entrou na empresa em janeiro de 2025, após vencer um hackathon, promovido pela própria xAI em São Francisco. Desde então, passou a ganhar visibilidade junto a Musk. Em setembro, pouco antes da reestruturação, ele assumiu a liderança do maior time da companhia.
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Logo nos primeiros dias como líder, ele convocou uma reunião geral para anunciar que não haveria novas demissões, embora, na prática, cerca de 100 pessoas ainda tenham sido desligadas na semana seguinte, reduzindo o quadro para aproximadamente 900 empregados.
Seguindo a filosofia “meritocrática” que Musk costuma defender, Pasini informou que todos passariam por entrevistas individuais e testes de desempenho. Os funcionários teriam de explicar suas contribuições e apresentar resultados concretos.
A escolha de Pasini reforça a estratégia de Musk de apostar em jovens talentos. Vale lembrar que o bilionário já havia nomeado Luke Farritor, de 24 anos, para cargos de destaque no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE).
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O DOGE contava com cerca de meia dúzia de funcionários de 19 a 24 anos, especificamente recrutados por Elon Musk. Essa estratégia é frequentemente criticada, mas os empregados que discordam são convidados a não se manifestar publicamente: dois funcionários que questionaram a ascensão de Diego Pasini no Slack da empresa tiveram seus acessos bloqueados apenas algumas horas depois.