Anomalias do sol estariam causando problemas cardíacos em mulheres / Foto de Pixabay/Pexels
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Um artigo recente publicado na revista Communications Medicine aponta uma perigosa relação direta entre perturbações/anomalias no campo magnético da Terra decorrentes de tempestades solares e o aumento na frequência de ataques cardíacos/infartos em mulheres.
Recentemente outros estudos indicaram que o Brasil está recebendo mais radiação solar do que deveria.
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Os pesquisadores analisaram dados da rede pública de saúde de São José dos Campos (SP) rentre 1998 e 2005, período considerado de intensa atividade solar. Com foco nas entradas em hospitais causadas por infarto do miocárdio, foram incluídas informações de 871 homens e 469 mulheres. Também foram levados em consideração dados do Índice Planetário (Kp-Index), um indicador de variações no campo geomagnético da Terra.
Luiz Felipe Campos de Rezende, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e autor correspondente do artigo disse à revista FAPESP que o estudo classificou os dias analisados como calmos, moderados ou perturbados, sendo os dados de saúde divididos por sexo e faixa etária [até 30 anos; entre 31 e 60; acima de 60 anos.
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Ele destaca que o número de infartos entre os homens é quase duas vezes maior – independentemente da condição geomagnética. Mas se olhamos para a taxa de frequência relativa de casos é possível perceber que, para mulheres, ela é nitidamente mais alta durante condições geomagnéticas perturbadas em comparação com as condições calmas. Na faixa entre 31 e 60 anos chega a ser três vezes maior. Portanto, esses resultados sugerem que as mulheres têm maior suscetibilidade às anomalias do sol.
As perturbações e/ou anomalias geomagnéticas são causadas pelo impacto do vento solar na magnetosfera (região mais externa da atmosfera, onde o vento solar encontra o campo magnético da Terra) e seus efeitos sobre a comunicação via satélite e os sistemas de posicionamento global (GPS) são bastante conhecidos.
O Sol passa por fases de maior e menor atividade magnética em ciclos que duram, em média, 11 anos. Especialistas acreditam que o chamado “máximo solar” — período de pico dessa atividade — tenha ocorrido entre o fim de 2024 e o início de 2025.
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A expectativa é que 2025 seja marcado por uma intensa movimentação solar. Ainda assim, os efeitos no campo magnético da Terra costumam acontecer de forma pontual e imprevisível. Para acompanhar essas variações, o Inpe disponibiliza um site com monitoramento em tempo real.
Cientistas ao redor do mundo vêm tentando prever quando ocorrem perturbações geomagnéticas, mas, por enquanto, a precisão ainda deixa a desejar. “Quando esse tipo de previsão estiver mais avançado – e se for comprovado que esses distúrbios realmente afetam o coração –, aí sim poderemos pensar em estratégias de prevenção voltadas à saúde pública, especialmente para quem já tem problemas cardíacos”, finalizou o pesquisador.
*Com informações da Agência FAPESP/Karina Toledo
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