Conheça o vulcão mais antigo do mundo, que fica no coração do Brasil

Pode parecer improvável, mas o vulcão mais antigo já identificado não está em regiões conhecidas por sua atividade geológica, como o Pacífico ou a Islândia. Ele está no Brasil, mais precisamente no sul do Pará, escondido sob a densa floresta amazônica.

Com cerca de 1,9 bilhão de anos, essa formação extinta há muito tempo representa uma peça importante no quebra-cabeça da evolução da crosta terrestre.

Um achado revelado por acaso

A estrutura foi identificada em 2002 por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), durante investigações geológicas na região de Uatumã. O que parecia ser apenas mais um terreno antigo revelou sinais de uma origem vulcânica de grandes proporções.

Apesar de não haver mais o típico cone, que foi apagado pela erosão e pela vegetação ao longo de bilhões de anos, análises detalhadas apontaram a ocorrência de três grandes erupções ao longo do tempo, a primeira há 1,9 bilhão de anos, seguida por eventos em 1,88 e 1,78 bilhão de anos.

O responsável por essa atividade intensa teria sido o movimento de placas tectônicas, especialmente o afundamento de uma antiga placa oceânica sob outra.

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Um vulcão que ainda fala com a ciência

Hoje inativo, o vulcão não representa qualquer risco, mas sua importância científica é imensa. O estudo dessa formação permite compreender:

• Como se formou a crosta continental da América do Sul;
• Quais áreas podem ter valor mineral com presença de cobre e ouro;
• Como funcionavam as dinâmicas geológicas em períodos instáveis da história da Terra.

A estrutura tem 22 quilômetros de diâmetro e, no auge de sua atividade, pode ter atingido até 400 metros de altura. É um registro raro de um tempo em que o planeta ainda estava em transformação, com grande instabilidade tectônica.

Uma relíquia escondida sob a floresta

Mesmo em uma região hoje geologicamente estável, o Brasil ainda guarda vestígios de um passado bem mais turbulento. O vulcão do sul do Pará é prova disso, um marco silencioso de um planeta em construção.

Descobertas como essa mostram o quanto ainda é possível aprender com o subsolo brasileiro. O que um dia foi destruição e lava, hoje é memória e conhecimento, uma janela aberta para os primórdios do mundo.

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