Especialista explica por que resultados ainda não se aplicam à população / Freepik
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Um estudo recente trouxe novas perguntas sobre um velho conhecido da alimentação moderna. O óleo de soja, amplamente utilizado, foi associado ao aumento de peso em experimentos laboratoriais.
Os dados reacenderam o debate sobre o papel das gorduras vegetais e seus efeitos no metabolismo. Apesar da repercussão, especialistas defendem cautela e lembram que a ciência nutricional vai além de resultados isolados.
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A pesquisa, publicada no Journal of Lipid Research, avaliou ratos submetidos a dietas ricas em gordura. Aqueles alimentados com óleo de soja ganharam mais peso do que outros grupos.
Os cientistas identificaram que o ácido linoleico presente no óleo é convertido em oxilipinas pelo organismo. O consumo excessivo de ácido linoleico pode aumentar os níveis de oxilipinas, afirmam os autores.
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Um detalhe chamou atenção: ratos geneticamente modificados não apresentaram o mesmo ganho de peso, mesmo com a mesma dieta. O achado abriu novas frentes de investigação.
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O óleo de soja não é o único rico em ácido linoleico. O óleo de girassol contém quantidades ainda maiores, enquanto azeite e óleo de colza aparecem com níveis mais baixos.
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Segundo o Instituto Finlandês de Saúde e Bem-Estar, essas variações são importantes para entender os efeitos metabólicos de cada produto. Ainda assim, o consumo excessivo segue sendo o principal fator de risco.
O crescimento do uso do óleo de soja, especialmente em alimentos ultraprocessados, também preocupa pesquisadores, que defendem uma análise mais ampla do padrão alimentar.
Para a professora Ursula Schwab, da Universidade da Finlândia Oriental, os resultados não devem ser interpretados de forma direta. “É importante distinguir estudos com animais de estudos com humanos”, ressalta ao portal filandês TM.
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Ela lembra que dietas ricas em gordura, independentemente da fonte, tendem a levar ao ganho de peso. Além disso, os óleos vegetais são essenciais para fornecer ácidos graxos indispensáveis.
Schwab aponta que a maior preocupação atual é a ingestão insuficiente de ácido alfa-linolênico, comum em dietas modernas, e não apenas o excesso de ácido linoleico.
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Entre os óleos mais usados na Finlândia, o de colza se destaca por conter mais ácido alfa-linolênico. O óleo de soja também oferece esse nutriente, mas em menor proporção.
As diretrizes nutricionais indicam equilíbrio entre os diferentes tipos de gordura. “Um adulto deve consumir pelo menos 25 gramas de óleo vegetal por dia”, afirma Schwab.
No fim, o estudo serve como convite à reflexão, não ao medo. Mais do que cortar ingredientes, a ciência reforça escolhas conscientes e menos dependência de alimentos ultraprocessados.
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