É normal turistas reencontrarem objetos levados dias depois, no mesmo lugar / Imagem gerada por IA
Continua depois da publicidade
Quem visita o litoral do Rio Grande do Sul costuma ouvir histórias que parecem lenda: turistas que perdem pertences na areia e, dias depois, encontram tudo de volta no mesmo ponto, como se o mar tivesse devolvido o que levou. Mas o fenômeno é real — e acontece na Praia do Cassino, considerada a mais longa do mundo, com mais de 240 quilômetros de extensão.
Localizada entre os municípios de Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, a Praia do Cassino impressiona não só pelo tamanho, mas também pelo comportamento inusitado das marés. Em determinados períodos, o vento e as correntes costeiras formam redemoinhos sob a água, capazes de enterrar rapidamente pequenos objetos e depois trazê-los novamente à superfície com as mudanças de maré.
Continua depois da publicidade
Moradores da região relatam que o mar “tem memória”. Alguns contam casos de alianças, brinquedos e até carteiras perdidas que reaparecem dias depois, muitas vezes a poucos metros do ponto onde desapareceram. Pescadores locais afirmam que o segredo está nas correntes marítimas rasas e mutáveis, que deslocam a areia constantemente.
Segundo especialistas da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), a movimentação intensa da areia e das correntes é resultado da ação combinada dos ventos, das marés e do formato da costa, que cria zonas de sucção e devolução. Isso explica por que certos objetos somem de vista e depois emergem de novo, intactos — como se o oceano os tivesse “guardado”.
Continua depois da publicidade
O Cassino também é conhecido por seu mar agitado e clima imprevisível. Em alguns dias, o vento muda de direção em questão de minutos, alterando completamente a paisagem. Esse comportamento, somado às suas dimensões quase infinitas, faz da praia um cenário de histórias curiosas, que se misturam entre o real e o folclore.
Quem caminha por suas areias pode encontrar desde conchas raras até destroços de navios trazidos por correntes oceânicas. E, com sorte, talvez reencontre algo que o mar decidiu devolver.
*Fontes consultadas: Universidade Federal do Rio Grande (FURG), G1 RS, MetSul Meteorologia, Prefeitura de Rio Grande e Revista Galileu
Continua depois da publicidade