O deslumbrante fenômeno das águas azuis no litoral brasileiro / Imagem gerada por IA
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Parece cena de filme, mas é real: há lugares no Brasil onde o mar brilha sozinho quando a noite cai. O fenômeno, conhecido como bioluminescência marinha, transforma as ondas em faixas de luz azulada que dançam sobre a areia, criando um espetáculo natural tão raro quanto hipnotizante.
Em noites de calor e pouca lua, quem visita praias do litoral paulista, como a Ilha do Cardoso, no extremo sul do Estado, pode testemunhar o fenômeno. A luz azul surge quando microrganismos marinhos, chamados dinoflagelados, reagem ao movimento da água — como se o oceano acendesse pequenas lâmpadas em resposta ao toque das ondas.
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Moradores da região dizem que o brilho aparece com mais intensidade entre os meses de dezembro e março, quando a temperatura da água aumenta e o mar fica mais calmo. O espetáculo também já foi registrado em praias do Rio Grande do Norte, como a Baía dos Golfinhos, em Tibau do Sul, e no litoral da Bahia, especialmente na Península de Maraú.
As imagens captadas por turistas e pesquisadores revelam um cenário quase mágico: ao caminhar na areia molhada, os passos se iluminam; ao tocar a água, ela brilha. “É uma defesa natural desses organismos, que emitem luz ao se sentirem agitados”, explica a bióloga marinha Carla Freitas, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
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Por ser um fenômeno imprevisível, nem sempre é fácil testemunhar o brilho do mar. Agências locais oferecem passeios noturnos e alertam que as melhores chances de ver o fenômeno ocorrem em noites escuras, sem vento e com pouca interferência luminosa. Mesmo assim, o simples fato de tentar já faz parte da experiência.
Em tempos de viagens cada vez mais voltadas à conexão com a natureza, a bioluminescência virou uma atração especial — uma lembrança que vai além das fotos e fica gravada na memória de quem presencia o “mar de luz”.
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