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A Fossa das Marianas: profundidade e vida no abismo

Descubra qual a profundidade da Fossa das Marianas e o que existe lá, explorando o ponto mais profundo da Terra

Isabella Fernandes

Publicado em 29/06/2025 às 18:40

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A Fossa das Marianas é um tema fascinante na oceanografia e na ciência da Terra / Freepik

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A Fossa das Marianas é um tema fascinante na oceanografia e na ciência da Terra. Localizada no Oceano Pacífico ocidental, ela representa o ponto mais profundo conhecido dos oceanos do planeta.

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A curiosidade sobre qual a profundidade exata da Fossa das Marianas e o que existe lá, nas condições extremas de pressão e escuridão, impulsiona a exploração científica.

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Este artigo detalha as dimensões desse abismo, as condições ambientais que predominam em suas profundezas e as formas de vida surpreendentes que conseguem prosperar nesse ambiente único, além de abordar os desafios de sua exploração.

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O que é a Fossa das Marianas?

A Fossa das Marianas é uma profunda depressão submarina em forma de crescente, localizada a leste das Ilhas Marianas, no Oceano Pacífico. É uma zona de subducção, onde a Placa do Pacífico mergulha sob a Placa das Marianas.

Esse processo geológico é responsável pela formação da fossa e pela sua extraordinária profundidade. A fossa se estende por aproximadamente 2.550 quilômetros de comprimento e tem uma largura média de 69 quilômetros.

Qual a profundidade da Fossa das Marianas?

Determinar a profundidade exata da Fossa das Marianas tem sido um desafio científico contínuo, mas medições modernas fornecem dados precisos.

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O ponto mais profundo conhecido dentro da fossa é uma pequena vale em seu extremo sul chamado Challenger Deep. Diversas medições foram realizadas ao longo dos anos:

  • A expedição Challenger (1875) registrou 8.184 metros.
  • A expedição soviética Vityaz (1957) registrou 11.034 metros.
  • A expedição americana Trieste (1960) registrou 10.911 metros.
  • Medições mais recentes usando tecnologia avançada, como sonares multifacetados e veículos submarinos não tripulados, indicam profundidades ligeiramente variadas, mas consistentemente acima de 10.900 metros. A medição mais aceita atualmente para o ponto mais profundo do Challenger Deep é de aproximadamente 10.935 metros.

Para contextualizar, essa profundidade é maior do que a altitude do Monte Everest (8.848 metros). Se o Everest fosse colocado no ponto mais profundo da Fossa das Marianas, seu pico ainda estaria a mais de 2 quilômetros abaixo da superfície da água.

O que existe lá: vida nas profundezas extremas

As condições no fundo da Fossa das Marianas são extremamente hostis para a maioria das formas de vida. A pressão da água atinge mais de 1.000 vezes a pressão atmosférica ao nível do mar. Há escuridão total, temperaturas próximas de zero grau Celsius e escassez de nutrientes. Apesar disso, a exploração revelou que a vida existe sim neste ambiente, adaptada de formas notáveis.

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  • Microorganismos: Bactérias e outros micróbios foram encontrados prosperando em sedimentos e até mesmo em rochas nas paredes da fossa. Muitos são quimiossintetizantes, obtendo energia de reações químicas em vez de luz solar.
  • Invertebrados: Criaturas como anfípodes (pequenos crustáceos semelhantes a camarões), holotúrias (pepinos-do-mar) e poliquetas (vermes marinhos segmentados) são relativamente comuns. Algumas espécies de pepinos-do-mar, como a Pseudodrifa sp., foram filmadas em grandes números.
  • Peixes: Embora se pensasse que peixes não poderiam sobreviver na pressão extrema do Challenger Deep, peixes da família Liparidae (peixes-caracol) foram observados e coletados em profundidades recordes, incluindo na parte mais profunda da fossa. Eles possuem adaptações bioquímicas e estruturais que impedem que suas células colapsem sob a pressão.

Essas formas de vida demonstram uma incrível capacidade de adaptação e resiliência, desafiando nossas concepções sobre os limites da vida na Terra.

Explorando o abismo

A exploração da Fossa das Marianas é um feito de engenharia e ciência devido às condições extremas. A pressão esmagadora exige submersíveis e equipamentos construídos com materiais ultrarresistentes.

  • A descida pioneira tripulada foi realizada em 1960 pelo batiscafo Trieste, com Don Walsh e Jacques Piccard a bordo, alcançando o fundo do Challenger Deep.
  • Em 2012, o cineasta James Cameron fez uma descida solo no submersível Deepsea Challenger, coletando amostras e imagens.
  • Veículos não tripulados (ROVs e AUVs) são cada vez mais usados, permitindo explorações mais longas e detalhadas, mapeamento do fundo do mar e coleta de dados ambientais e biológicos.

Apesar desses avanços, a maior parte da Fossa das Marianas permanece inexplorada, guardando segredos sobre a geologia da Terra, a biologia de ambientes extremos e os limites da vida.

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A Fossa das Marianas, com sua profundidade impressionante de cerca de 10.935 metros no Challenger Deep, é um laboratório natural de condições extremas que desafiam a vida como a conhecemos.

A existência de organismos adaptados, desde micróbios a peixes especializados, destaca a notável diversidade e resiliência da biosfera terrestre.

A exploração contínua deste abismo profundo não apenas expande nosso conhecimento sobre o oceano, mas também inspira inovações tecnológicas e oferece insights valiosos sobre a vida em ambientes inóspitos, talvez até com implicações para a busca por vida fora da Terra.

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