Em Afuá, as rondas policiais, os táxis e até as ambulâncias funcionam com bicicletas / Rômulo Ferreira/Wikimedia Commons
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Embora seja um dos maiores meios de locomoção do Brasil, os carros trazem uma série de malefícios que vão desde o trânsito até o custo ambiental.
Não é à toa que existem iniciativas globais, como o Dia Mundial sem Carro, que incentiva formas mais sustentáveis de se deslocar.
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Mas, enquanto muitas cidades ainda discutem alternativas, a cidade de Afuá, no Pará, vive uma realidade bem diferente: lá, a circulação de automóveis é praticamente inexistente por determinação legal.
Localizada na Ilha de Marajó, Afuá está em uma área alagadiça, o que levou a cidade a ser inteiramente construída sobre palafitas. Ou seja, as casas, comércios e até as ruas ficam suspensas em estruturas de madeira.
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Por causa dos alagamentos frequentes, a prefeitura proibiu a circulação de veículos motorizados em 2002.
Desde então, os quase 40 mil moradores só podem se deslocar por bicicletas ou outros meios não motorizados nas vias terrestres.
Sem carros, também não há necessidade de regras tradicionais de trânsito: não existem semáforos, placas, sinalizações ou limites de estacionamento.
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Viver em uma cidade sem carros exige criatividade. Em Afuá, as rondas policiais, os táxis e até as ambulâncias funcionam com bicicletas – no caso das ambulâncias, uma maca é acoplada à estrutura de duas rodas.
Não existem veículos oficiais na cidade. Empresas, profissionais de diferentes áreas e até o prefeito realizam suas atividades diárias usando bicicletas ou triciclos. Conheça um pouco do município no vídeo abaixo:
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Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostram que a frota motorizada local é praticamente inexistente. Em 2020 havia apenas treze veículos terrestres motorizados.
Entre a zona urbana e a rural, quem assume o papel de “ruas” são os rios. Por isso, os deslocamentos mais longos dependem de barcos.
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O Dia Mundial sem Carro surgiu na França em 1997, impulsionado por debates que já ganhavam força na Europa desde o início dos anos 1990.
A ideia se espalhou conforme o excesso de veículos criava problemas como congestionamentos constantes e piora na qualidade do ar.
Hoje, a data é comemorada anualmente no dia 22 de setembro.
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Por Vitoria Estrela