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A cidade brasileira onde a ambulância é uma bicicleta e o trânsito não existe

Neste município, os quase 40 mil moradores só podem se deslocar por bicicletas ou outros meios não motorizados

Agência Diário

Publicado em 26/11/2025 às 19:20

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Afuá, construída sobre palafitas e canais, é conhecida como a "Veneza Marajoara"  um pedacinho da Amazônia sobre a água / Mobilize Brasil/Reprodução
Afuá, construída sobre palafitas e canais, é conhecida como a "Veneza Marajoara" um pedacinho da Amazônia sobre a água / Mobilize Brasil/Reprodução
Na cidade onde carros não circulam desde 2002, a bicicleta e o bicitáxi são os reis do transporte urbano / Afuá/Reprodução
Na cidade onde carros não circulam desde 2002, a bicicleta e o bicitáxi são os reis do transporte urbano / Afuá/Reprodução
Vida ribeirinha, mangues, várzeas e a proximidade com rios transformam Afuá em um cenário natural e cheio de charme / Rômulo Ferreira/Wikimedia Commons
Vida ribeirinha, mangues, várzeas e a proximidade com rios transformam Afuá em um cenário natural e cheio de charme / Rômulo Ferreira/Wikimedia Commons
A economia local pulsa com o camarão, o açaí e o extrativismo tradicional  raízes que sustentam cultura e sustento / Rômulo Ferreira/Wikimedia Commons
A economia local pulsa com o camarão, o açaí e o extrativismo tradicional raízes que sustentam cultura e sustento / Rômulo Ferreira/Wikimedia Commons
Afuá mistura história, natureza e simplicidade para mostrar que é possível viver com ritmo calmo e alma amazônica / Rômulo Ferreira/Wikimedia Commons
Afuá mistura história, natureza e simplicidade para mostrar que é possível viver com ritmo calmo e alma amazônica / Rômulo Ferreira/Wikimedia Commons

Em Afuá, as rondas policiais, os táxis e até as ambulâncias funcionam com bicicletas / Rômulo Ferreira/Wikimedia Commons

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Embora seja um dos maiores meios de locomoção do Brasil, os carros trazem uma série de malefícios que vão desde o trânsito até o custo ambiental. 

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Não é à toa que existem iniciativas globais, como o Dia Mundial sem Carro, que incentiva formas mais sustentáveis de se deslocar.

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Mas, enquanto muitas cidades ainda discutem alternativas, a cidade de Afuá, no Pará, vive uma realidade bem diferente: lá, a circulação de automóveis é praticamente inexistente por determinação legal.

Por que são proibidos

Localizada na Ilha de Marajó, Afuá está em uma área alagadiça, o que levou a cidade a ser inteiramente construída sobre palafitas. Ou seja, as casas, comércios e até as ruas ficam suspensas em estruturas de madeira.

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Por causa dos alagamentos frequentes, a prefeitura proibiu a circulação de veículos motorizados em 2002. 

Desde então, os quase 40 mil moradores só podem se deslocar por bicicletas ou outros meios não motorizados nas vias terrestres.

Sem carros, também não há necessidade de regras tradicionais de trânsito: não existem semáforos, placas, sinalizações ou limites de estacionamento.

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Como moradores se locomovem

Viver em uma cidade sem carros exige criatividade. Em Afuá, as rondas policiais, os táxis e até as ambulâncias funcionam com bicicletas – no caso das ambulâncias, uma maca é acoplada à estrutura de duas rodas.

Não existem veículos oficiais na cidade. Empresas, profissionais de diferentes áreas e até o prefeito realizam suas atividades diárias usando bicicletas ou triciclos. Conheça um pouco do município no vídeo abaixo:

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Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostram que a frota motorizada local é praticamente inexistente. Em 2020 havia apenas treze veículos terrestres motorizados.

Entre a zona urbana e a rural, quem assume o papel de “ruas” são os rios. Por isso, os deslocamentos mais longos dependem de barcos.

Veja também: Cidade do litoral de SP quer novo plano de mobilidade urbana e vai realizar estudo.

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Dia Mundial sem Carro

O Dia Mundial sem Carro surgiu na França em 1997, impulsionado por debates que já ganhavam força na Europa desde o início dos anos 1990. 

A ideia se espalhou conforme o excesso de veículos criava problemas como congestionamentos constantes e piora na qualidade do ar.

Hoje, a data é comemorada anualmente no dia 22 de setembro.

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Por Vitoria Estrela

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