A Avenida Doutor Enéas Carvalho de Aguiar esconde um segredo... / Reprodução/Google Maps
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Por trás da rotina intensa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP), um dos maiores complexos hospitalares da América Latina, existe uma história que intriga funcionários, estudantes e curiosos há décadas. Trata-se do túnel conhecido popularmente como “corredor da morte” ou “Túnel dos Mortos”, uma passagem subterrânea usada para o transporte de corpos entre diferentes áreas do hospital, que cruza uma das avenidas mais famosas da cidade.
O corredor fica sob a Avenida Doutor Enéas Carvalho de Aguiar, via que margeia o HC e concentra parte da circulação de ambulâncias e funcionários. Apesar do nome sombrio, o túnel cumpre uma função essencial e técnica: garantir que corpos sejam transferidos de forma discreta, preservando a dignidade dos pacientes e a logística hospitalar. Ele conecta setores internos e é parte de uma estrutura pensada para evitar que o fluxo de pacientes, visitantes e profissionais seja interrompido.
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A aura misteriosa em torno do túnel, no entanto, vai muito além da sua utilidade. Relatos de estudantes e funcionários alimentam um folclore urbano que circula há décadas: histórias de ruídos, sensação de vazio e até supostas aparições costumam ser repassadas em tom de brincadeira — e às vezes de apreensão — entre novatos em plantões noturnos. Para muitos, atravessar o corredor em horários de pouco movimento é uma espécie de rito de passagem dentro do complexo hospitalar.
O HC, como centro vital da saúde pública paulista, opera 24 horas por dia, e sua estrutura subterrânea — formada por túneis, passagens técnicas, câmaras de utilidades e salas de manutenção — faz parte de uma engrenagem essencial, porém invisível à maior parte da população. O “corredor da morte” é apenas um dos elementos dessa cidade subterrânea que sustenta o cotidiano do maior hospital da América do Sul.
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Mesmo envolto em mistério, o túnel segue sendo um espaço funcional, utilizado diariamente e mantido sob protocolos rígidos de higiene, logística e segurança. A lenda permanece, mas a realidade é bem menos sobrenatural do que parece: trata-se, antes de tudo, de um reflexo da complexidade de um hospital que, para funcionar plenamente, depende de áreas que o público raramente vê.
*Com informações da São Paulo Secreto e Hospital das Clínicas da FMUSP