Pássaro africano supera todos os recordes / Imagem: Lip Kee/Wikimedia Commons
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Alguns pássaros superam a imaginação humana com sua proeza aérea, conseguindo se manter no céu por longos períodos, mesmo em altitudes que se assemelham às de aviões comerciais.
Muitas espécies demonstram maestria ao voar por horas, mas uma se destaca por atingir uma altitude superior a qualquer outra criatura alada conhecida na Terra.
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Para compreender essa capacidade, é preciso analisar aves de grande porte, dotadas de visão aguçada e corpos preparados para longas jornadas aéreas ou condições climáticas severas.
A espécie que detém o título de voar mais alto é o grifo-de-rüppell (Gyps rueppelli), uma ave de rapina que habita o continente africano. Este pássaro consegue atingir a marca impressionante de 11.300 metros de altitude.
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O grifo apresenta uma coloração predominante em tons de marrom, preto ou cinza. Possui a plumagem branca ao redor do pescoço e também em parte da sua barriga, complementada por olhos que são notoriamente amarelados em sua aparência.
A descoberta oficial de que o grifo era capaz de atingir altitudes tão extremas ocorreu em decorrência de um acidente aéreo infeliz e de grande repercussão na época passada.
Em 1973, na costa da Costa do Marfim, um exemplar colidiu com violência contra um avião comercial que voava a uma altitude oficial de 11.300 metros de altura, confirmando o recorde com força.
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Após o violento evento e uma aterrissagem de emergência forçada, foram recuperados restos da plumagem do abutre no maquinário da aeronave, garantindo a ele o título de ave com o voo mais alto do mundo.
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A cabeça da espécie quase não ostenta penas, e essas marcas físicas são uniformes, podendo ser observadas tanto nas aves machos quanto nas fêmeas da população existente. Seu bico é visto como uma ameaça por outras espécies, que identificam o perigo dessa ave necrófaga, responsável por se alimentar de animais já mortos no ecossistema.
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Com quase um metro de comprimento, esta ave imponente apresenta uma envergadura de asas que pode chegar a quase o triplo do seu tamanho corporal quando totalmente estendida no ar. O peso médio do grifo varia entre 7 kg e 9 kg, vivendo entre 40 e 50 anos em condições favoráveis.
Infelizmente, essa espécie majestosa figura entre aquelas classificadas como criticamente ameaçadas de extinção, o que exige esforços de conservação urgentes em seu habitat natural.
Mesmo com o risco, é possível avistar o grifo-de-rüppell em países africanos como Gâmbia, Mali, Senegal, Sudão, Etiópia e, mais recentemente, no Sudão do Sul registrado. Na região da savana africana, mais especificamente, avistamentos confirmados podem ser feitos em locais como a Tanzânia.
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O grifo-de-rüppell consome boa parte de sua vida sobrevoando vastas áreas do céu em uma busca constante e incansável por fontes de alimento disponíveis para sua dieta.
Ele possui uma capacidade impressionante de se manter suspenso no ar por um período contínuo, que pode atingir impressionantes 7 horas ininterruptas em um único voo de exploração.
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Um fator chave que o auxilia nessa jornada aérea de alta altitude é uma adaptação notável encontrada em seu sistema circulatório sanguíneo, um detalhe evolutivo importante.
Conforme detalhado em um estudo divulgado na renomada revista científica Biological Chemistry, a espécie adaptou a estrutura de sua hemoglobina essencial para os glóbulos vermelhos.
Essa modificação permitiu que o sangue do grifo consiga transportar muito mais oxigênio do que o padrão. Desta forma, o sangue da ave é oxigenado com grande eficiência, quase como se tivesse um reservatório adicional de O2 embutido diretamente em seus pulmões, que são consideravelmente potentes.
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