A obra de R$ 6 bilhões, que ligará Santos e Guarujá, promete revolucionar o tráfego e a logística na Baixada Santista / Foto: Reprodução/Wikimedia Commons
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Depois de muito tempo de espera, Santos e Guarujá terão uma ligação fixa. O projeto do Túnel Santos-Guarujá, com um investimento estimado em R$ 6 bilhões, vai transformar a mobilidade da Baixada Santista.
A obra, com trajeto total de 1,5 km, sendo 870 metros submersos, vai reduzir o tempo de travessia para apenas dois minutos.
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Atualmente, a travessia de balsa leva, em média, 18 minutos, sem considerar as filas e atrasos. Pela estrada, o percurso pode levar até uma hora para completar 40 quilômetros.
Com a nova obra, a expectativa é a de que a mobilidade de mais de 36 mil usuários diários seja impactada positivamente.
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O projeto, viabilizado por meio de uma parceria entre os governos federal e estadual, terá a iniciativa privada responsável pela construção, operação e manutenção da estrutura.
O leilão para definir a empresa construtora ocorreu no dia 5 de dsetembro de 2025, na sede da B3, em São Paulo. O contrato terá duração de 30 anos.
Em nota no portal do GOV, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que o túnel terá a mesma tecnologia utilizada no túnel Fehmarnbelt, que liga a Alemanha à Dinamarca e é a maior obra de infraestrutura em andamento na Europa.
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"É a mesma tecnologia que será usada no túnel de Santos", afirmou o ministro, após visitar o canteiro de obras do túnel europeu.
A adoção do modelo de túnel imerso, inédito no Brasil, pode servir de exemplo para futuros projetos em regiões costeiras.
"Além de encurtar distâncias e impulsionar a logística portuária, o Túnel Santos-Guarujá reafirma o Brasil como protagonista da engenharia de infraestrutura na América Latina", destacou o ministro.
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Diferente de túneis escavados em rocha, o modelo de túnel imerso é formado por grandes módulos de concreto pré-moldados em docas secas.
Cada peça é construída em terra firme, testada e depois transportada por flutuação até o local de instalação. Lá, os blocos são afundados, encaixados no leito do canal e protegidos por camadas de areia e pedras.
A escolha dessa técnica considerou alguns fatores decisivos. Por exemplo, o solo da região, formado por argilas moles e sedimentos fluviais, não oferece a estabilidade necessária para escavações profundas.
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A construção de uma ponte foi descartada por conta de restrições da Base Aérea de Santos e do tráfego de navios no canal portuário. Além disso, o túnel imerso exige menos desapropriações, reduz o impacto visual e permite uma execução mais rápida e eficiente.
A construção seguirá etapas rigorosas para garantir a precisão e a segurança da obra. Em primeiro lugar, o leito do canal será preparado.
Enquanto isso, os módulos de concreto, com câmaras internas de ar, serão construídos. Antes da instalação, cada peça passará por testes de vedação e resistência.
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Em seguida, rebocadores transportarão os módulos até o ponto exato. Lá, eles serão submetidos a um processo de imersão controlada. A água será bombeada para afundar as estruturas, sob monitoramento eletrônico.
Assim que forem posicionados, os blocos serão encaixados e fixados com pinos de aço e assentados sobre um leito de areia. Para finalizar, uma camada de pedras irá cobrir a estrutura, para proteger a obra de impactos e da movimentação das correntes marítimas.
O túnel contará com seis faixas de tráfego, ciclovia, passagem para pedestres e um espaço reservado para o futuro Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
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Para garantir a segurança dos usuários, a obra também terá sistemas de monitoramento em tempo real, controle de tráfego e mecanismos de segurança integrados.
Além disso, para o secretário Nacional de Portos, Alex Ávila, o túnel terá um grande impacto na logística portuária.
"O Túnel Santos-Guarujá não apenas conecta cidades, mas integra de forma inédita a logística portuária da região, tornando o transporte de cargas mais eficiente e seguro. É um marco estratégico para o Brasil", afirmou.
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*Texto escrito por Julia Teixeira