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Cultura

Tatuador referência em Guarujá realiza sonho e lança primeiro disco solo

Juliano Siqueira não usou papel e caneta e afirma que foi compondo e registrando as músicas em home studio ao longo de três anos

Gilmar Alves Jr.

Publicado em 05/06/2021 às 09:00

Atualizado em 05/06/2021 às 10:52

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Juliano Siqueira gravou o álbum usando suas horas vagas e quer deixar registro para posteridade de sua família / Divulgação

Sem usar papel e caneta para compor, o tatuador Juliano Siqueira, 45, uma referência em Guarujá no segmento de tatuagens realistas, realizou um sonho e gravou e lançou seu primeiro disco solo após 27 anos como músico.

“As letras não existem no papel. Eu fui compondo as músicas na minha mente. Eu ia trabalhando (no estúdio de tatuagem) e eu inventava um trechinho corria para o outro lado, gravava o que eu tinha para não esquecer. Eu chegava em casa, pegava o violão e ali mesmo eu inventava mais um pedacinho. Eu fui compondo o álbum inteiro dessa forma. Eu não tenho muito tempo no meu trabalho. Minha jornada é de mais de 12 horas por dia”, conta Juliano.

Foi por meio da carreira como tatuador, em franca ascensão, que Juliano conseguiu adquirir os equipamentos necessários para o home estúdio e colocou em prática o plano de gravar o disco. Ele frisa que ao longo da carreira musical, entre os anos 90 e 2000, quando integrou Easy Money, Silverson, Pantera Cover e Supergrave, era muito mais elevado o valor para gravar um disco. Se dividindo os custos com os demais integrantes já não era fácil, para gravar solo o plano de Juliano ficava ainda mais distante.

“É uma realização pessoal que eu tinha no coração”, conta Juliano.

Intitulado “Meu 1° Álbum”, o disco de 11 faixas é de rock alternativo cantado em português. Entre as principais influências está a banda norte-americana Nada Surf, a favorita do músico.

Comentando faixa a faixa à Reportagem do Diário do Litoral, Juliano cita suas inspirações da vida real para o álbum. Na faixa 7, “Não Há”, o músico explora que já chegou com a esposa, Cintia Netto, ao momento da vida que sempre desejaram. “Não há um lugar para chegar com você (…) Você é o meu lugar. É onde eu quero estar”, diz a letra.

O cantor e multi-instrumentista norte-americano Ben Kweller é homenageado na parte final de “Não Há”, a faixa mais longa do disco, com 6m07s. Há uma passagem em completa referência a “In Other Words”, de Kweller. “Eu tive a ideia de colocar um trechinho da música que lembra o nosso relacionamento no final da faixa”, afirma Juliano.

Na faixa 9, “Extensão Computador”, o músico dá vazão ao método de composição integralmente digital. “Minha cabeça é o meu papel. Uma caneta. Escrevendo vou no próprio céu, meu universo. Mente extensão computador, parece um lindo vazio. Editando louco como um sonhador, vivo sem capa. Então vou imaginando tudo o que um dia eu sonhei para mim”, canta na primeira estrofe.

Já na faixa 4, em “De Pai para Filha”, o músico quis passar uma mensagem positiva, de carinho e zelo para a filha Lavínia, 16. “Foi sensacional fazer essa música, porque a letra é o que eu quero para ela”, conta o artista.

Entre as principais pretensões de Juliano com “Meu 1° Álbum” é deixar o álbum como um registro para a posteridade de sua família. “Daqui 50 anos um bisneto pode olhar e falar: vamos ver o que o nosso bisavô fazia. Para mim é uma coisa muito legal. A internet gerou uma mega cápsula do tempo”, diz Juliano.

Onde ouvir (Spotify): 

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