Crítica

Sátira aos títulos de espionagem, 'Argylle' não depende de Henry Cavill

Dirigido por Matthew Vaughn, produção não teme em brincar com si mesma

Gabriel Fernandes

Publicado em 13/02/2024 às 08:30

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Ao contrário do que muitos pensam, filme é estrelado por Bryce Dallas Howard e Sam Rockwell, ao invés de Henry Cavill / Apple Original Films/Divulgação

Matthew Vaughn é um nome que sempre devemos ter atenção. Diretor de ótimos títulos como "X-Men: Primeira Classe", "Kick-Ass" e "Kingsman", em "Argylle - O Superespião," ele volta ao universo da espionagem.

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O marketing em torno desta produção foi bastante curioso, pois a própria Apple divulgou que o enredo era inspirado em um livro escrito pela autora Elly Conway e seu lançamento iria ocorrer na época de estreia do longa (no Brasil, está previsto para o final de fevereiro). Depois de várias investigações, foi descoberto que se tratava da personagem de Bryce Dallas Howard no próprio filme.

Infelizmente, muitos não compraram a ideia e até então o filme vem sendo um grande fracasso de bilheteria mundial, ficando na casa dos R$ 200 milhões de arrecadação até então, com um custo de aproximadamente R$ 1 bilhão.

A história gira em torno da reclusa escritora Elly Conway, responsável pela famosa franquia "Argylle". Depois de uma crise criativa, ela resolve viajar até a cidade de sua mãe (Catherine O'Hara) para tentar descobrir formas de como encerrar o último volume. No trajeto, ela esbarra com Aidan Wilde (Sam Rockwell) que revela o fato dos seus livros serem reais e que vários terroristas estão à sua procura.

Vaughn sabe como conseguir captar a atenção do espectador pela bizarrice em suas cenas de ação, como por exemplo a chacina na igreja em "Kingsman" ou as cenas de luta de Hit-Girl em "Kick-Ass". 

Aqui existem quatro momentos aqui que facilmente entram para este hall, onde o destaque fica para o trabalho de edição, que constantemente intercala a presença de Rockwell e Henry Cavill no mesmo plano.

Conhecido também por conseguir trazer grandes nomes em seus elencos, além dos já citados, existem participações breves que funcionam, como Samuel L. Jackson, Sofia Boutella, Dua Lipa, Ariana DeBose e John Cena. Embora muitos achassem que Henry Cavill fosse a grande estrela (por conta do marketing focado em sua presença), os verdadeiros protagonistas são Bryce Dallas Howard e Sam Rockwell.

Além de esbanjarem uma grande química em cena, a dupla possui um semblante perfeito nas cenas de ação, que embora sejam mirabolantes e malucas, casam com a premissa do título. Com direito a própria Howard fazer questão de tirar o salto para correr (Claire Dearing entendeu essa lição) e Rockwell ir além de jogar seus inimigos pela janela durante uma briga.

Porém, o roteiro de Jason Fuchs ("Mulher Maravilha") acaba errando um pouco na mão ao tentar encaixar o famoso recurso de várias reviravoltas, com a desculpa esfarrapada de "estarmos falando de um filme de espionagem". Não existe um tratamento mais firme para isso.

Outro quesito é o fraco CGI em algumas cenas de ação, pelos quais ficam nítidas as gravações com tela verde de fundo, como o arco inicial da Dua Lipa fugindo em uma moto totalmente feita em computação gráfica. Inclusive até o próprio gato de Elly, Alfie, é feito pelo recurso na maior parte (e isso fica muito mal executado, por conta do fator "Vale da Estranheza”).

"Argylle - O Superespião" termina como uma divertida sátira aos filmes de espionagem, e entretém na medida certa.

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