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Cultura

Outeiro de Santa Catarina: onde Santos nasceu

A sede da Fundação, inaugurada há 11 anos, está abrigada no Outeiro de Santa Catarina, considerado o marco inicial do povoamento do Município

Publicado em 03/03/2013 às 00:50

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“A cidade de Santos é uma das poucas que conhecem a origem do seu povoado”, disse o historiador da Fundação Arquivo e Memória de Santos (FAMS), José Dionísio de Almeida. A sede da Fundação, inaugurada há 11 anos, está abrigada no Outeiro de Santa Catarina, considerado o marco inicial do povoamento do Município.

No século 16, o outeiro era um pequeno morro para onde o fundador de Santos, Brás Cubas, tinha planos de construir um ancoradouro. Algum tempo depois, foi erguida, no local, pelo casal português Luiz de Góes e Catarina de Aguillar, a capela de Santa Catarina de Alexandria, destruída por piratas em 1591 e que teve a imagem da santa lançada ao mar. A imagem foi recuperada e hoje se encontra no Museu de Arte Sacra de Santos. A capela é considerada a primeira igreja de Santos e também a primeira matriz.

Com o crescimento da Cidade, as rochas e as terras do morro foram extraídas para fins de aterro de residências e para o porto, ao longo dos séculos. A igreja foi demolida e entre os anos de 1880 e 1884, o médico italiano João Éboli mandou erguer uma casa, inspirada em castelos medievais da Itália, sobre duas pedras restantes.

Segundo o historiador, a propriedade teve vários donos depois de Éboli. Entrou em fase de decadência e, por volta dos anos 70,  quando se transformou em cortiço, estava completamente entregue ao abandono. O local foi tombado patrimônio histórico, em 1985, e reconstruído pela Prefeitura nos anos 90, quando passou a abrigar a FAMS, órgão municipal criado para preservar a memória da Cidade.

Segundo a presidente da FAMS, Cristina Guedes Gonçalves, o acervo da Fundação possui mais de 350 mil fotos e documentos diversos que datam a partir do século 18. Só de processos da Prefeitura de Santos são mais de três milhões. “Temos a ata da sessão da Câmara com a abolição dos escravos. Esse é o documento mais antigo do acervo”, disse ela.

A Fundação, além de arquivar documentos históricos e fotográficos, possui biblioteca, laboratório de fotografia e recuperação de documentos e fotos, organiza exposições e publicações de livros. O órgão tem ainda setor de captação de recursos e pretende adquirir documentos ou cópias que estão em São Paulo e Rio de Janeiro referentes à Cidade. A  FAMS possui três arquivos. Os outros dois ficam na rua Amador Bueno, 61, e na casa de Frontaria Azulejada, na Rua do Comércio.

Cristina Guedes afirmou que as visitas ao Outeiro aumentaram 15%. “As crianças que visitam, por meio das escolas, tornam-se multiplicadoras atraindo o interesse dos adultos pelo Outeiro”. O Outeiro está inserido no projeto de Revitalização do Centro Histórico de Santos, desenvolvido pela Prefeitura, em 1997.

O monumento fica na Rua Visconde do Rio Branco, 48, e pode ser visitado das 8 às 18 horas, de segunda a sexta-feira e, aos sábados, das 9 às 13 horas. A entrada é franca. Mais informações sobre visitas e serviços podem ser obtidas pelo telefone 3223-7090.

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