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Cultura

Homenagem aos combatentes da Revolução Constitucionalista de 1932

Emocionados, revolucionários afirmam que lutaram pelo ideal da liberdade e da democracia

Publicado em 02/03/2013 às 21:52

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Em busca do ideal da democracia. Com esta bandeira, combatentes e voluntários da Cruz Vermelha se alistaram na Revolução Constitucionalista de 1932 contra o regime ditatorial decretado pelo então presidente da República, Getúlio Vargas, vigente desde 1930. A memória dos que lutaram bravamente pela instituição de uma nova Constituição, a partir da revolução deflagrada no dia 9 de julho daquele ano, foi reverenciada em cerimônia solene, nas cidades paulistas, ontem.

Em Santos, autoridades civis e militares participaram da solenidade em celebração dos 75 anos da Revolução Constitucionalista, abrilhantada pela banda da Brigada de Artilharia Antiaérea. A cerimônia aconteceu, a partir das 9 horas, na Praça José Bonifácio, junto ao monumento dos heróis de 32.

O presidente da Associação dos Combatentes de 32 de Santos, Ernesto Tilly Junior, fez a homenagem póstuma aos 41 santistas que morreram em combate na Revolução, citando os nomes de todos.

“Esta homenagem é para reverenciar a memória daqueles que se rebelaram contra um Estado que não seguia os trâmites da democracia e que lutaram por uma nova Constituição”, declarou o professor Tilly, que é filho de um ex-combatente.

Na época, São Paulo foi o único estado do País a se rebelar contra a ditadura de Vargas. ”Getúlio usou a estratégia de que São Paulo queria se separar do Brasil para enfraquecer o movimento. Então, os estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul não se aliaram a São Paulo, que perdeu a guerra para Getúlio. Perdemos a guerra, mas ganhamos a causa. Em 1934, foi assinada a nova Constituição do Brasil, restaurando a democracia”, afirmou o professor Tilly.

Discursaram ainda, na solenidade, o jornalista Hamleto Rosato, que pediu um minuto de silêncio em homenagem aos combatentes mortos, e o secretário de Cultura de Santos, Carlos Pinto, representando o prefeito João Paulo Tavares Papa. O secretário depositou a coroa de flores junto ao monumento aos heróis de 32.

Voluntários da Revolução e autoridades militares receberam das mãos do professor Tilly, as medalhas dedicadas aos representantes de organizações atuantes no Município.

Aos 91 anos de idade, o ex-combatente José de Carvalho, laureado com a medalha, se emociona. “Essa homenagem a todos aqueles que tinham o ideal da liberdade e da democracia é comovente. É tão comovente que não sei se o coração vai agüentar no ano que vem”, disse sorrindo o revolucionário que se alistou aos 16 anos.

Mobilizada pelo mesmo ideal a santista Ana Arcanjo Bernardo Baraçal se alistou como enfermeira voluntária da Cruz Vermelha para cuidar dos soldados da Revolução, aos 12 anos de idade. “Era uma época de muito idealismo e me sinto feliz por estar aqui, nessa homenagem”, e destacou: “o Brasil hoje está parado e necessita de novas revoluções”.

Em São Vicente, as celebrações começaram no sábado com a homenagem ao vicentino Pérsio de Souza Queiroz Filho, morto em combate na Revolução. No domingo, foi realizada missa solene na Paróquia Nossa Senhora do Amparo, no Parque Bitaru e a deposição de flores no Mausoléu do Soldado Constitucionalista, no Cemitério Municipal.

Já nesta segunda-feira, as celebrações encerraram com sessão solene na Praça dos Heróis de 32, com desfile cívico-militar e entrega da medalha Pérsio Queiroz Filho. As celebrações foram promovidas pela Prefeitura por meio da Secretaria de Turismo e Associação dos Capacetes de Aço.

MMDC

O movimento revolucionário teve a participação de intelectuais, estudantes e industriais que se rebelaram contra o governo provisório de Getúlio Vargas, em prol do restabelecimento da democracia. No dia 9 de julho de 1932, os estudantes Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo (MMDC) morreram em confronto com as forças legais do Governo. Considerados mártires pelo povo, suas mortes foram o estopim para a Revolução.

Em 1997, o então governador Mário Covas instituiu o feriado como data magna do Estado. Dois anos depois, a semana comemorativa foi instituída no Calendário Oficial de Santos, por meio da lei municipal 1.778/99. O Aniversário da Revolução Constitucionalista é celebrado com feriado apenas no Estado de São Paulo. O professor Tilly disse que oficialmente morreram 700 combatentes paulistas na Revolução, entre civis e militares.

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