X

Cultura

Dois anos depois de sua morte, vida de Chorão vira musical

Rapper DZ6, que fará o papel do ex-vocalista do Charlie Brown Jr., Alexandre Magno Abrão na peça, concedeu entrevista ao Diário do Litoral

Publicado em 06/03/2015 às 10:53

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Ele nasceu Julio Cesar Hasse, mas musicalmente é conhecido como o cantor DZ6. Natural de Blumenau (SC) e com uma grande ligação com o rap, ele é o escolhido para encenar o ex-vocalista do Charlie Brown Jr., Alexandre Magno Abrão, o Chorão.

A morte de Chorão completa dois anos hoje. A peça em homenagem ao astro, “Dias de luta, dias de glória”, estreia no dia 13 deste mês. DZ6 conta como veio o convite para dar vida a um ídolo pessoal. “A oportunidade aconteceu no momento que os diretores viram um vídeo onde eu fazia o cover no programa ‘Maquina da Fama’, do SBT. Teve uma repercussão legal com os fãs, a galera gostou e deu bastantes visualizações. Os diretores assistiram ao programa e quando eles viram falaram: ‘Tá aqui nosso Chorão’. Fiz os testes de vocal e de ator, passei e aqui estou eu!”

Hoje com 30 anos, o cantor começou na música aos 14. Com influência do mundo do skate, passou a fazer rap, seu gênero musical preferido, e depois passou a flertar com o rock. O contato com o Charlie Brown Jr. começou em 1999.

“Na época eu era mais moleque, eu sonhava muito em ser o Chorão, ele foi meu primeiro ídolo. Depois, como me envolvi mais com o rap veio o Mano Brown e toda galera que são os ícones do gênero. Mas o Chorão é o astro dos astros, né mano? Além dele fazer um som de verdade, que vem da rua e tem essa pegada, ele trabalha bem a área mais mídia, que proporcionou a ele chegar onde chegou. Fazer o que ele fez aqui no Brasil, sabendo a situação atual da música, eu acho que a gente tem que se espelhar nele mesmo. Um cara de verdade, que veio da dificuldade. Não é só ser inspiração. Para que as pessoas possam prosperar e acreditar que podem vencer na música que é uma parada muito difícil, que geralmente só te cobram”, contou o rapper.

Rapper canta em banda que começou com tributo ao Charlie Brown Jr. (Foto: Divulgação)

Infelizmente, o encontro com o ídolo nunca ocorreu. DZ6 foi a shows, mas não conseguiu chegar perto de Chorão. Mais magro que o astro do rock nacional, o rapper compensa a semelhança com a voz, com timbre semelhante ao ex-vocalista do Charlie Brown Jr.. “Essa parada de saber que eu cantava igual ao Chorão aconteceu na festa de aniversário de um cara, que hoje é guitarrista da minha banda. Me chamaram para tirar um Charlie Brown Jr. Como era um cara do rap, eles pensaram que eu devia saber cantar as músicas deles. Lógico que eu sabia várias músicas, curtia em casa. Eu cantei e todo mundo ficou de cara, isso foi dois dias depois da morte do Chorão, tudo foi bem inusitado. Logo depois montamos uma banda em tributo ao CBJr.”

A banda, inicialmente batizada de Billy Nuggets, passou a fazer sucesso em Santa Catarina, e posteriormente em São Paulo. “Depois que eu comecei a cantar CBJr., eu comecei a descobrir mais minha voz, a parte melódica e tudo isso através do CBJr. Acho que ajudou bastante o timbre de voz e o fato de eu ter aprendido a cantar as linhas melódicas”.

Essa é a primeira experiência de DZ6 como ator. Ele garante estar adorando a nova empreitada e espera crescer bastante também como ator. Ele fala sobre a dificuldade para viver Chorão no palco. “É uma responsabilidade gigante estar representando um cara que tem fãs tão fervorosos e o fato dele ter partido para o outro plano faz dois anos contribui porque a memória dos fãs está muito fresca. Eu tenho que representar de uma maneira muito mais sincera, mais verdadeira porque os fãs vão cobrar isso , esse é o maior desafio. Só que pra mim, na moral, eu faço na maior naturalidade. Tento procurar o que já tenho parecido e explorar o que já é, pra ficar bem natural e agradar aos fãs”.

Mas os fãs não têm sido problema para DZ6, que se mostrou feliz com a reação das pessoas que seguiam Chorão e o Charlie Brown Jr.. “É demais. Os caras enxergam uma verdade no meu trabalho. Não veem como um cara que está querendo crescer em cima da arte de outro, ou se crescer em cima da personalidade de outra pessoa. Não é o Chorão que você está vendo, e na verdade, você também não quer ver totalmente o Chorão. Eu acredito nisso dos fãs porque isso quebra o que o fã sente, digo por mim. O fã do Chorão e acaba, no final, virando fã do DZ6, saca? Eles eram fãs do Chorão, curtiam o som, e por eu fazer um som parecido, eles abraçam. Está incrível. Eles enxergam a verdade e percebem que não é um oportunismo”.


 DZ6 se prepara para ser Chorão no teatro (Foto: Divulgação)

DZ6 quer que a peça sirva para os fãs matarem a saudade de Chorão. “A mensagem que a gente tem pra passar para os fãs do CBJr., é abafar um pouco a saudade. É relembrarmos as partes boas, as músicas, que tem muito a ver com a vida dele. Está ficando um negócio bem bacana. O musical todo foi criado em cima das músicas. Acho que o objetivo é poder relembrar a vida dele e trazer para aos fãs esse pinguinho de abafo na saudade. Eu também sou fã e sinto saudades. Sabemos que isso pode diminuir um pouco, pelo menos, o tamanho da saudade.”

Por fim, o rapper fez um convite para os leitores. “Galera, vamos todos assistir ao nosso tributo ao ídolo Chorão, que está demais e estreia dia 13, no Teatro Gamaro, em São Paulo. Foi feito com muita verdade e respeito. Vocês não podem perder”.

Peça “Dias de luta, dias de glória – Charlie Brown Jr.”

Temporada: 13 de março até 12 de julho
Datas: Sexta - feira (21h), sábado (21h) e domingo (16h e 19h30)
Duração: 120 minutos
Local: Teatro Gamaro
Endereço: Rua Dr. Almeida Lima, 1176, bairro Mooca, São Paulo
Preço: Entre R$ 70 e R$ 150. Meia-entrada para estudantes e
professores da Rede Pública e Estadual de SP.

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Cotidiano

Baixada Santista confirma sétima morte por dengue

A vítima é uma mulher de 49 anos, que morreu no último dia 3

Santos

Pacientes com câncer estão tendo cirurgias suspensas em Santos

Denúncia foi feita pela vereadora Audrey Kleys (Novo) durante a 22ª Sessão Ordinária da Câmara de Santos nesta terça-feira (23)

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter