Praças lotadas e sorridos pelo Vale: como contrapartida social da circulação do ProAC o grupo realizou também apresentações em escolas do Litoral Sul de São Paulo / Divulgação
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Despertar sorrisos e disseminar a cultura popular: esses foram os ingredientes usados pela Cia. Animalenda, grupo teatral de Itanhaém, para percorrer os 325 quilômetros que separam a cidade do Litoral Sul de São Paulo e o Alto Ribeira, mais distante município alcançado pela trupe na circulação ‘Bonecos pelo Vale do Ribeira’.
Contempleado pelo Programa de Ação Cultural (ProAC) do Estado de São Paulo, o projeto teve como objetivo circular pelas cidades com o maior percentual de população rural do Vale do Ribeira.
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“Queríamos estar em lugares que dificilmente recebem apresentações teatrais e nossa escolha de estar em cidades rurais se comprovou na prática. Por onde a trupe chegava depertava sorrisos e as apresentações, via de regra, sempre tiveram as praças lotadas”, aponta Vinícius Camargo.
Os bonecos coloridos, que dão vida ao espetáculo ‘A moça da janela’, enriqueceram os dias de 3.500 moradores das 14 cidades por onde a Animalenda passou.
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“A reverência e o respeito com a nossa chegada era recíproco. Foi incrível notar a fato de que, como o nosso trabalho é carregado das emboladas nordestinas e poesias, nós estavamos o tempo todo dialogando com eles. Como quando entra em cena o carteiro e todos ali naquela plateia conheciam pelo nome o carteiro de lá. Ou quando o policial da cidade pequena riu do policial de pano, se reconhecendo naquela figura. Isso é o que faz valer a pena”, completa o músico.
Como contrapartida social a Cia Animalenda realizou apresentações didáticas em escolas de Mongaguá, Peruíbe e Itanhaém. “Falamos sobre o fato do mamulengo ter sido consagrado no ano passado como um Patrimônio Imaterial do Brasil.
Histórias pelo Vale
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Dentre as vivências da trupe na estrada, Vinícius se recorda de uma história em especial. Era noite quando ele e Kely de Castro, também integrante da Cia Animalenda, estavam retornando de carro de uma visita técnica. O melhor caminho a seguir passava dentro do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar).
“No meio do Petar o carro quebrou. Nos desesperamos, sem saber o que fazer até que uma moto passou. Nós perguntamos onde ficava alguma oficina para solucionar o problema e os ocupantes disseram que iríamos andar um poquinho, mas que dava para ir a pé. Fechamos o carro e já estávamos começando a caminhada quando um carro ocupado por moradores que já tinham assistindo ao espetáculo passou e disse que a Serrinha, bairro mais próximo de onde estávamos, ficava há 15 quilômetros de lá e que não era aconselhável ir andando pois corriamos o risco de nos deparar com uma onça!”, relembra.
E a solução para o problema do carro foi repleta de passagens memoráveis: do mecânico que ‘esqueceu’ de cobrar pelo serviço até um prefeito muito engajado que topou a aventura de correr de Iporanga até Registro para transportar o restante do elenco. O importante era que o teatro não podia parar.
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