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Cultura

Cia. Os Crespos apresenta espetáculo 'Alguma coisa a ver com uma missão' em Santos

Apresentação única e gratuita, no dia 30 de março, 18h, será realizada no Largo São Bento, bairro Morro do Bufo

Da Reportagem

Publicado em 29/03/2018 às 19:00

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"Alguma coisa a ver com uma missão", da Cia. Os Crespos, leva o público a conhecer histórias das lutas negras por liberdade. Acompanhando duas personagens - uma Gari e uma auxiliar de enfermagem - que recebem um convite para viajar no tempo pelas águas da Calunga, o público reconhece trajetórias invisibilizadas pela história oficial. Contemplada pelo Proac Circulação de Rua da Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo. O espetáculo terá apresentação única e gratuita em Santos no dia 30 de março de 2018, sexta-feira às 18h, no Largo São Bento, bairro Morro do Bufo.

"Alguma coisa a ver com uma missão" parte da investigação sobre as evoluções locais e revoluções políticas latino-americanas a partir dos levantes negros no Brasil e no Caribe, tendo em vista a construção imaginária de uma revolução poética a favor da abolição do racismo. Através de uma viagem na qual passado e futuro se encontram, personagens movimentam-se dentro da nossa sociedade compreendendo as lutas por liberdades diversas como tochas acesas para o estopim das transformações sociais antirracistas. O espetáculo é uma criação livremente inspirada no texto "Lembrança de uma revolução: A Missão" de Heiner Müller.

"Com este espetáculo queremos resgatar as pequenas e grandes conquistas do dia-a-dia daqueles que, inversamente ao que até hoje se supôs, resistiam a se tornar meras engrenagens do sistema que os escravizara. Esse é o ponto de partida para uma verdadeira mudança de ponto de vista sobre a participação negra numa possível reestruturação social" explica Lucelia Sergio, uma das fundadoras dos Crespos, ao lado do ator Sidney Santiago Kuanza e Joyce Barbosa, que também integram o elenco.

O espetáculo

Duas mulheres - Uma auxiliar de enfermagem e uma gari – são convocadas, através de sonho, a viajar no tempo pelas águas da Calunga (palavra banto que significa mar, oceano e grande cemitério). Elas fazem o trajeto guiadas por uma barqueira que lhes transmite uma missão. Cada parada no percurso é um enigma que as personagens devem desvendar para cumprir seus destinos. Por intermédio desta alegoria, Os Crespos transportam o público para uma viagem que remonta as revoltas e os levantes negros responsáveis por nossa liberdade e símbolos da resistência de um povo.

Musicalidade do espetáculo baseia-se em Vissungos

Os VISSUNGOS são cantos afro-brasileiros originais de Minas Gerais e cantados por descendentes de escravos, ainda hoje presentes em algumas manifestações populares de Minas e em alguns quilombos deste Estado.

O espetáculo se inspira nessa musicalidade para criar músicas próprias, além de recriar alguns vissungos originais durante o percurso da peça e os músicos acompanham público e atores em todo o trajeto.

Quem são os Crespos

Os Crespos é um coletivo teatral de pesquisa cênica e audiovisual, debates e intervenções públicas, composto por atrizes e atores negros. Formo-se na Escola de Arte Dramática EAD/ECA/USP e está em atividade desde 2005. A Cia. trabalha, há onze anos, a construção de um discurso poético que debata a sociabilidade do indivíduo negro na sociedade contemporânea e seus desdobramentos históricos, aliado a um projeto de formação de público.

A Cia realizou, ao longo desses 12 anos, 6 espetáculos teatrais, 11 intervenções urbanas, 2 edições da Mostra Cinematográfica “Faz lá o Café”, a 1.a Mostra de Teatro Negro de São Paulo, os premiados curtas “D.O.R”, “Nego Tudo” e “Ser ou Não Ser”, a elaboração e publicação da revista de teatro negro "Legítima Defesa", além da circulação com espetáculos, intervenções e palestras por diversas cidades e estados do país.

 

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