Integrantes de vários segmentos se manifestaram à favor do Centro Cultural / Divulgação/Ariel Quintela
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Um espaço para incentivo à produção cultural, com atividades de formação nos mais diversos formatos e linguagens, além de uma ala onde funcionará o centro de memórias sobre a importância histórica do edifício. Após inúmeros impasses e polêmicas, essa será a destinação da Cadeia Velha a partir de junho de 2016.
A decisão foi anunciada ontem pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo levando em consideração as audiências públicas realizadas com a classe artística. A previsão é de que em junho o espaço volte a abrigar a Oficina Cultural Pagu, com gestão realizada em parceria com a organização social Poiesis e que passará a contar com um conselho consultivo para ampliar a participação popular na gestão do espaço.
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O conselho será composto por representantes da Secretaria da Cultura do Estado e Secretaria Municipal de Cultura de Santos; pelo diretor do programa Oficinas Culturais; por representantes do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa), do Conselho Municipal de Cultura de Santos (Concult), além de um representante da área cultural santista indicado pelo Concult; um representante da área cultural da Baixada Santista indicado pela Câmara Temática de Cultura do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb) e um representante da Câmara Setorial de Instituições de Ensino da Associação Comercial de Santos.
Para o secretário do Estado da Cultura, Marcelo Araújo, a proposta de ocupação da Cadeia Velha levou em consideração todas as possibilidades culturais que o imóvel oferece. “Esta proposta articula uma função cultural de formação, em várias áreas, com a valorização das memórias e da história do edifício, atendendo às expectativas de todos os agentes culturais que foram nossos interlocutores na sua construção”.
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No espaço estão previstas atividades culturais como teatro, artes cênicas, dança, cinema, artes visuais, circo, literatura, música, cultura caiçara, economia criativa, cultura digital, além de programação continuada de residências, exposições e apresentações artísticas.
Um das salas também abrigará um centro de memória destinado à valorização do próprio edifício e sua importância para a história de Santos. A passagem de Patrícia Galvão, primeira mulher presa no Brasil por questões políticas em 1931, também será contada no espaço.
Artistas comemoram decisão
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A informação de que a Cadeia Velha será novamente ocupada pela Oficina Pagu foi comemorada pelo segmento cultural da Baixada Santista. O jornalista Lincoln Spada afirmou que a união em prol do Centro Cultural Cadeia Velha também simboliza uma conquista coletiva da população a favor de políticas públicas culturais. “Jamais esse prédio de 180 anos foi tão defendido em sua história. Foi uma página muito bela na história desse edifício, já que por ela, houve uma união de fato de toda a classe artística”.
Caio Pacheco, integrante do Movimento Cultural da Baixada Santista, destacou que o retorno da Oficina Cultural Pagu para o espaço irá reforçar ainda mais o segmento. “Escrevo essas palavras com lágrimas da vitória de um menino que teve sua vida modificada nesse espaço há 20 anos. Por todos que vieram antes de nós e por quem ainda está por vir, a Cadeia Velha será o símbolo da resistência e da cultura. Que a disposição dessa luta se mantenha viva na vida cultural da Cidade”.
Para Kaled Barros, mestre de capoeira, a vitória não é apenas da classe artística, mas sim de toda a população da Baixada Santista que terá acesso à múltiplas formas de arte em um espaço democrático. “As oficinas culturais voltam para a Cadeia Velha para dar sequência ao trabalho efetuado nos últimos 30 anos e assim diversos artistas voltam para o seu lugar de direito. A vitória é do povo!”, finalizou.
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