Cubatão

Vila dos Pescadores sofre diariamente com falta de água

Em visita a Santos em fevereiro, Tarcísio garantiu que a privatização minimizaria problemas de abastecimento na Baixada

Carlos Ratton

Publicado em 16/07/2025 às 06:40

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A Vila dos Pescadores é uma comunidade situada entre a estrada (Via Anchieta) e o Rio Casqueiro / Nair Bueno/DL

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Em fevereiro, em visita a Santos para divulgar investimentos em saneamento básico em todo o Estado de São Paulo na ordem de R$ 68 bilhões, sendo mais de 7,4 bilhões somente na Baixada Santista, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) revelou que, numa primeira fase de obras, em que já foram contratados R$ 3 bilhões, cerca de 40 mil famílias fora do sistema de água e esgoto seriam contempladas. 

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Vamos alcançar todos as comunidades na Baixada e do Estado, as que moram em morros, palafitas e áreas irregulares que nunca foram contempladas com saneamento, dentro dos prazos estabelecidos no Marco de Saneamento até 2033. Vamos ampliar a coleta e tratamento de água e esgoto para cerca de 371 municípios atendidos pela Sabesp até 2029”, disparou em sua estadia no Parque Valongo, em Santos, ao lado do CEO da Sabesp, Carlos Piani.

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Passados cinco meses, pelo menos na Vila dos Pescadores, em Cubatão, o discurso, além de não ter se transformado em ação, causa indagação porque o abastecimento piorou. O local, que recebia água potável regularmente, agora, passou a ter escassez do líquido, fundamental para a saúde e o bem-estar humano. 

A Vila dos Pescadores é uma comunidade situada entre a estrada (Via Anchieta) e o Rio Casqueiro, e possui cerca de nove mil habitantes, de acordo com o último levantamento da Prefeitura de Cubatão. Em maio, o Governo Federal anunciou um investimento de R$ 200 milhões na urbanização da região

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“Sou uma Líder comunitária na Vila dos Pescadores e aqui, na nossa comunidade, nunca teve esse problema. De um mês para cá, isso está acontecendo frequentemente, geralmente às 20 horas. É como desligassem o abastecimento da água”, afirma Patrícia Bernardes.

Além de Patrícia, outros moradores entraram em contato com a Reportagem alertando que a falta de água tem sido um problema constante. Eles garantem que, nos últimos dias, vêm enfrentado longos períodos sem abastecimento, o que prejudica o dia a dia de todos, especialmente das famílias com crianças, idosos e pessoas doentes. 

“Água é essencial para tudo: cozinhar, tomar banho, limpar a casa, cuidar da higiene e manter a saúde. Não é justo que moradores precisem passar horas ou até dias esperando que a água volte, muitas vezes sem aviso ou qualquer previsão”, completa a liderança. 

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A comunidade já está se unindo para cobrar soluções das autoridades responsáveis e exigir respeito ao direito à água potável. “Precisamos de uma resposta rápida e de medidas para garantir que isso pare de acontecer. A dignidade de cada morador depende de condições básicas e o acesso à água é uma delas e eu vou continuar pedindo para a comunidade continuar registrando as ocorrências, procurando os canais oficiais e reforçando esse pedido junto aos órgãos competentes”, finaliza Patrícia.  

Cícera de Lima, que mora na Rua Beiramar, chegou a fazer um abaixo assinado, mas não deu o resultado esperado. “Esse ano está difícil, porque a água é pouquíssima durante o dia. Mal dá para a gente encher uma máquina para lavar roupa. Eu estava lavando roupa, mas era à noite. Porque é o horário em que a água ficava um pouquinho mais forte. Tem uns dois meses que parece que estão cortando a água, não tem água à noite. Então, quando é umas nove horas, acaba a água. Aí não dá mais para fazer nada. Só chega no outro dia, seis e meia da manhã. Então, está muito difícil essa situação, viu? muito difícil mesmo”, lamenta.

Um outro morador chegou a postar um vídeo no Instagram alertando que além da falta de água, quando o líquido retorna às torneiras, em pouca pressão e sujo. “Está complicado. Fui lavar as roupas da minha sobrinha, nem notei que a água estava assim (amarelada) e manchou tudo”. 

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Sabesp

A Sabesp esclarece que realizou inspeções na Vila dos Pescadores, em Cubatão, e o sistema de abastecimento de água vem funcionando corretamente, dentro dos parâmetros exigidos pela legislação vigente. Para garantir o consumo de água durante eventuais oscilações no sistema, o Decreto Estadual nº 12.342/78 determina que os imóveis devem dispor de reservatório com autonomia mínima de 24 horas de consumo.

A Companhia acrescenta que está investindo aproximadamente R$ 1 bilhão em obras para melhoria operacional dos sistemas de distribuição de água e de esgotamento sanitário de Cubatão, buscando reforçar a infraestrutura disponível na cidade e universalizar o atendimento até 2029. 

Em caso de qualquer anormalidade, é fundamental que os clientes entrem em contato imediatamente pelos canais de atendimento, informando o endereço completo para verificação de possíveis intervenções na região ou para o direcionamento de equipe técnica para nova vistoria.

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