19 de Março de 2024 • 09:50
'Realismo de preços' ajuda nas vendas, segundo o CresciSP / Arquivo/DL
Depois de fecharem 2017 no vermelho, com queda nas vendas de imóveis usados e de locação de residências, os dois mercados registraram saldo positivo em 2018 no Estado de São Paulo. As vendas acumularam crescimento de 20,51% e a locação, de 3,4%, segundo as pesquisas mensais feitas em 37 cidades pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP). O conselho levantou dados em 37 cidades, incluindo oito da Baixada Santista - Cubatão não entrou na pesquisa.
“Apesar da queda de vendas em dezembro na comparação com novembro, consequência da baixa procura por causa das férias e das festas de fim de ano, o resultado acumulado de 2018 praticamente se iguala ao de 2016, o que indica uma recuperação expressiva”, compara José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP. Em 2016, as vendas de imóveis usados tiveram crescimento acumulado de 21,43% e a locação residencial, de 19,75%.
“Há um movimento cíclico nos dois mercados, que nem sempre caminham perfeitamente alinhados com a evolução da Economia em geral, mas o fato a destacar de 2018 é que os dois mercados mostraram capacidade de resistência e cresceram apesar do ano turbulento marcado pelas incertezas geradas pela tumultuada campanha presidencial”, enfatiza Viana Neto.
Preços em baixa
Outro fato destacado pelo presidente do CreciSP é o comportamento dos preços em 2018. O Índice CreciSP acumulou queda de 0,9% no ano. Em 2017 e 2016 ele ficara positivo em 1,23% e 4,26%, respectivamente. O índice representa o termômetro dos preços dos aluguéis novos e dos imóveis usados negociados pelas imobiliárias pesquisadas mensalmente pelo Creci no Estado de São Paulo.
“A queda de preços médios em 2018 significa que os donos de imóveis ajustaram suas expectativas à realidade e à capacidade financeira dos compradores, aceitando descontos sobre os valores pedidos tanto na locação quanto na venda e até parcelando o pagamento quando possível”, afirma Viana Neto. Esse realismo que favoreceu o crescimento dos dois mercados e especialmente o de venda, segundo o presidente do CreciSP, é resultado de anos seguidos de arrocho no financiamento bancário.
“Sem ter o subsídio do Minha Casa, Minha Vida, poucas famílias conseguem guardar os valores exigidos pelos bancos para dar como entrada na compra da casa própria, em geral de 20% do valor do imóvel”, constata Viana Neto, acrescentando que a essa se soma outra dificuldade, “a dos juros que tornam praticamente impossível encaixar a prestação mensal na renda das famílias”.
O presidente do CreciSP ressalta ainda que o realismo de preços praticado pelos proprietários ajuda no crescimento das vendas e da locação, “mas é um desempenho raquítico e nanico diante das necessidades habitacionais expressas por um déficit de mais de 5 milhões de habitações”.
Queda em dezembro
As 946 imobiliárias consultadas em 37 cidades do Estado de São Paulo pelo CreciSP venderam menos em dezembro: uma queda de 18,06% em comparação com novembro. O índice de vendas recuou de 0,3496 para 0,2865. Houve redução das vendas em três das quatro regiões que compõem a pesquisa: Interior (- 17,76%), Litoral (- 27,43%) e as cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco (- 42,22%). Só na Capital houve aumento (+ 5,51%).
Os apartamentos vendidos pelas imobiliárias consultadas representaram 57,93% do total negociado e as casas, 42,07%. Desse total, 52,77% foram comprados à vista. As unidades que obtiveram financiamento bancário somaram 38,38%, e 7,01% tiveram o pagamento parcelado pelos proprietários. A participação dos consórcios foi de 1,85%.
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