A Cosipa foi uma das mais importantes empresas do setor siderúrgico no Brasil / Reprodução/Felixx Drone
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A Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa) foi uma das mais importantes empresas do setor siderúrgico no Brasil, instalada em Cubatão, na Baixada Santista. Sua criação se insere no esforço do governo brasileiro, a partir dos anos 1940, de acelerar a industrialização e fortalecer a infraestrutura nacional.
A proposta de erguer uma usina em Cubatão ganhou corpo na década de 1950, culminando na fundação da Cosipa como estatal em 1953. A construção começou em 1955, com suporte tecnológico de empresas alemãs e japonesas, e a inauguração ocorreu em 1963.
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Rapidamente, a usina tornou-se um dos pilares da siderurgia brasileira, beneficiada pela proximidade com o Porto de Santos, o que facilitava a distribuição interna e as exportações.
Durante as décadas de 1970 e 1980, a Cosipa passou por ampliação de capacidade e processos de modernização, buscando competitividade diante das mudanças do setor.
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A partir dos anos 1990, enfrentou desafios significativos: a abertura econômica expôs a indústria nacional à concorrência internacional e a companhia lidava com problemas administrativos e ambientais. Cubatão, à época, tornou-se símbolo da poluição industrial no país, o que intensificou cobranças por adaptação e mitigação de impactos.
Privatizada em 1993, a Cosipa foi adquirida pela Usiminas, que assumiu a reestruturação produtiva e ambiental da planta. Em 2006, suas operações foram incorporadas de forma mais direta ao grupo, e, posteriormente, parte do controle passou à ArcelorMittal. Embora o nome tenha deixado de ser utilizado, a unidade de Cubatão permaneceu relevante na cadeia siderúrgica nacional.
A trajetória da Cosipa sintetiza um capítulo central da industrialização brasileira: o impulso desenvolvimentista do pós-guerra, os desafios de gestão e sustentabilidade e a reconfiguração da indústria diante da globalização e das mudanças econômicas estruturais.
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A antiga área da Cosipa apresenta trechos desativados e estruturas sem manutenção, décadas após ter sido um dos principais polos da indústria siderúrgica no país. Galpões vazios, equipamentos parados e circulação reduzida de trabalhadores evidenciam o avanço da ociosidade no complexo.
O cenário se agravou após sucessivos processos de reestruturação industrial e concentração produtiva, que reduziram o uso de setores antes essenciais à operação. Moradores relatam queda no movimento econômico e impacto no comércio local.
A Prefeitura afirma acompanhar a situação e diz estar aberta a projetos de reocupação, desde que atendam critérios ambientais e de viabilidade urbana. Não há, porém, um plano definido para o futuro das áreas desativadas.
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Enquanto isso, o complexo segue dividido entre setores ativos e estruturas abandonadas, simbolizando a transição de um ciclo industrial que marcou a história econômica da região.
Assista abaixo como está a Cosipa no vídeo publicado por Felixx Drone.