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Cubatão

Cubatão 73 anos: Antes passagem, hoje maior Polo Industrial do País

Sendo a ligação direta entre o Porto e o Planalto, Cubatão está ligada diretamente ao desenvolvimento da Região

Da Reportagem

Publicado em 09/04/2022 às 07:10

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Localizada no sopé da Serra do Mar, de onde jesuítas, comerciantes, tropeiros, autoridades do reino tomavam fôlego para atingir o Planalto, Cubatão tornou-se essencialmente um lugar de passagem, obtendo assim um papel de destaque no cenário da Baixada Santista, do Estado de São Paulo e do Brasil. O Porto Geral de Cubatão teve a sua origem na primeira metade do século XVIII. Ao seu lado desenvolveu-se um povoado, por muito tempo conhecido por essa denominação. Era ali que as cargas e mercadorias trocavam as balsas que vinham do porto pelo lombo das mulas que formavam as tropas que subiam a Serra do Mar.

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Por pouco tempo (1833-1841) o povoado esteve elevado à categoria de município, período após o qual foi anexado a Santos, mantendo-se praticamente estagnado até a década de 1920, quando surgiram as obras da Usina da Light e da Companhia Santista de Papel. Após 1940, houve a construção da Via Anchieta, culminando com a implantação da Refinaria Presidente Bernardes, inaugurada em 1955, e da Companhia Siderúrgica Paulista, a Cosipa (atual Usiminas), em 1959. A emancipação político-administrativa da cidade ocorreu em 9 de abril de 1949.

Com o passar dos anos, a Cubatão foi se transformando, ganhando indústrias, fruto do desenvolvimento industrial paulistano e paulista, bem como dos investimentos federais.

Nenhum plano orientou a instalação do parque industrial cubatense, porém. As fábricas foram se localizando ao sabor das vantagens imobiliárias ou pré-requisitos necessários às suas operações (perto ou longe de um núcleo urbano, a favor ou contra as correntes de vento, perto ou longe de cursos d’água, etc) e, no decorrer dos anos, começaram a surgir sérios problemas ambientais, com a poluição do ar, água e solo do Município.

Dezoito das atuais 24 indústrias que formam o Pólo de Cubatão foram implantadas no período de 1955 a 1975. Duas dessas indústrias, Ultrafértil e Cosipa, possuem terminais portuários, onde recebem matérias-primas e embarcam seus produtos acabados. Além da geração de empregos, a concentração industrial de Cubatão trouxe resultados importantes do ponto de vista financeiro e do fortalecimento da capacidade tributária municipal. A base de sustentação do Município é, portanto, a arrecadação do ICMS, ficando o IPTU, o ISS e outros tributos diretos em segundo plano, se comparado com o quadro dos demais municípios da Baixada Santista. 

Município é exemplo mundial de recuperação ambiental

Cubatão já foi conhecida mundialmente como “Vale da Morte”, sendo apontada pela ONU como o município mais poluído do mundo. Hoje, esta é uma realidade diferente. O Município é visto como exemplo de planejamento e consciência socioambiental.

Na década de 50, deu-se início a um processo acelerado de industrialização do Brasil e Cubatão, até então, era um paraíso verde. Cercada pela Mata Atlântica, a cidade era rica em recursos naturais, mas estava estrategicamente localizada entre a Capital e do Porto de Santos.

Dez anos depois, Cubatão contava com 18 grandes indústrias. O intenso volume em que trabalhavam começou a gerar consequências catastróficas visíveis e preocupantes: o ar da Cidade na época era denso, possuía cheiro e cor. 30 mil toneladas de poluentes eram lançadas por mês no ar, peixes e pássaros sumiram da poluição de Cubatão, mas o estado só começou a intervir quando os danos à saúde da população começaram a demonstrar números alarmantes. Crianças nasciam mortas, outras apresentavam graves problemas neurológicos e anencefalia e Cubatão era líder em casos de problemas respiratórios no país.

O Estado fez um mapeamento e um estudo das causas da poluição na cidade e, com isso, a partir de 1983 foi implantado um plano de recuperação ambiental. Em 1989, as 320 fontes poluentes que existiam na época já estavam controladas. A volta do guará-vermelho, pássaro típico da região, foi o marco de que a qualidade de vida voltava à cidade. Em 1992, Cubatão foi apontada pela ONU como Símbolo de Recuperação Ambiental, tendo 98% do nível de poluentes controlados.

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