Cubatão
Os oito tubos fincados na mata atlântica mexem com o imaginário das pessoas. Ao contrário do que muitos pensam, não desce petróleo por ali
Tubos chamam atenção dos moradores da Baixada Santista e de turistas / Divulgação/Governo do Estado
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Localizados na Serra do Mar, eles chamam atenção dos moradores da Baixada Santista e de turistas. Os oito tubos fincados na mata atlântica mexem com o imaginário das pessoas. Ao contrário do que muitos pensam, não desce petróleo por ali, o conjunto de tubulações transporta água para uma das mais antigas usinas hidrelétricas do país, a Henry Borden, em Cubatão.
Inaugurada em 1926, ainda com o nome de Usina de Cubatão, na época a hidrelétrica foi considerada uma das mais modernas obras de engenharia. Ela surge da ideia de construir uma grande usina aproveitando a queda da Serra do Mar. O Diário do Litoral já esteve no local no ano de 2017.
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Por ali, havia um curso de água natural, o Rio das Pedras, que foi represado. Com isso, duas 'máquinas' (dois tubos) foram construídos, e nascia ali a maior usina do hemisfério sul.
A ideia da tubulação foi para conseguir uma queda vertiginosa, utilizada por usinas de grande porte. No Brasil só existem duas que usam turbinas de alta queda, a de Henry Borden e a Parigot de Souza, no Paraná.
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A tubulação foi construída para fazer com que a água do reservatório Rio das Pedras chegasse até a usina.
Mais tarde, com a demanda crescente por energia elétrica, a usina precisou ser ampliada. Vieram os outros tubos do conjunto em uma grandiosa obra de engenharia que incluiu a mudança de curso de um rio e formação da represa Billings, que aumentou a produção da Henry Borden.
Então ela passa por essas duas primeiras máquinas para as atuais 14 e mantém o título de maior usina da América Latina até a construção da Usina de Furnas.
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A ampliação da Henry Borden se deu até 1950. Quem vê os oito tubos na serra, não imagina que por dentro da montanha existam outras seis tubulações que transportam água para a hidrelétrica.
O conjunto termina no interior de uma caverna onde os geradores estão instalados. A opção pela construção no modo subterrâneo foi para evitar a colocação de mais tubos ao longo da encosta.
A Henry Borden ainda gera energia em tempo real e integra o sistema interligado sul-sudeste do Brasil, que distribui eletricidade de forma compartilhada. Se atuasse de forma isolada, a usina teria capacidade de atender uma área com dois milhões de habitantes.
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A água dos tubos além de gerar energia, também auxilia no abastecimento da Estação de Tratamento da Sabesp em Cubatão.