O principal objetivo desta área de pesquisa é criar uma fonte sustentável de órgãos para suprir a demanda que não é atendida por doadores humanos. / Freepik e Divulgação
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O xenotransplante é um procedimento médico experimental que representa uma das fronteiras mais promissoras da ciência para solucionar a crise global de escassez de órgãos. Diante de longas filas de espera por um transplante, pesquisadores investigam a possibilidade de usar órgãos de animais, especialmente de porcos, como uma alternativa viável.
O Diário oferece informações gerais sobre o que é o xenotransplante, como a tecnologia funciona, os principais desafios científicos e o estágio atual das pesquisas, com foco em fatos estabelecidos e no conhecimento científico.
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As informações aqui apresentadas são de caráter educativo e não substituem a orientação de um profissional de saúde.
Xenotransplante é o termo técnico para qualquer procedimento que envolve o transplante, implantação ou infusão de células, tecidos ou órgãos de uma espécie para outra. O nome deriva do grego xenos, que significa "estranho" ou "estrangeiro".
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O principal objetivo desta área de pesquisa é criar uma fonte sustentável de órgãos para suprir a demanda que não é atendida por doadores humanos.
Embora o conceito não seja novo, avanços recentes em engenharia genética renovaram o interesse e a viabilidade da prática. Os porcos são considerados os animais doadores mais adequados para humanos por diversas razões, incluindo:
O maior obstáculo para o sucesso de um xenotransplante é a rejeição do órgão pelo sistema imunológico do receptor. O corpo humano é programado para identificar e atacar violentamente qualquer tecido reconhecido como "não próprio", um processo que no xenotransplante ocorre de forma quase imediata e agressiva, conhecido como rejeição hiperaguda.
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Para superar essa barreira, cientistas utilizam técnicas avançadas de edição genética, como o CRISPR-Cas9. O processo envolve a modificação do DNA do porco doador para tornar seus órgãos mais compatíveis com o corpo humano.
Atualmente, o xenotransplante ainda está em fase de pesquisa e desenvolvimento e não é um procedimento clínico padrão. No entanto, marcos significativos foram alcançados nos últimos anos, indicando um progresso acelerado.
Cirurgiões já realizaram com sucesso transplantes experimentais de rins e corações de porcos geneticamente modificados em pacientes com morte cerebral, que foram mantidos vivos por aparelhos.
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Guia sobre os transplantes de órgãos mais comuns no Brasil
Esses estudos permitiram observar o funcionamento dos órgãos em um corpo humano por um curto período, sem rejeição imediata. Também ocorreram os primeiros procedimentos em pacientes vivos, sob protocolos de uso compassivo, cujos resultados a longo prazo ainda estão sendo rigorosamente avaliados pela comunidade científica.
Ainda não há um cronograma definido para a ampla disponibilidade do xenotransplante. A maioria dos especialistas concorda que, se os ensaios clínicos forem bem-sucedidos, a técnica poderá se tornar uma opção terapêutica nos próximos anos ou na próxima década, mas a cautela e o rigor científico são fundamentais em cada etapa.
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Este artigo tem caráter estritamente informativo e se baseia em informações científicas disponíveis até a data de sua publicação. Ele não substitui a consulta, o diagnóstico ou o tratamento médico.
A pesquisa em xenotransplante está em constante evolução. Para informações detalhadas e atualizadas, ou para discutir sua condição de saúde, consulte sempre um médico ou profissional de saúde qualificado.