O Hayli Gubbi integra a complexa cadeia do Rift Africano / Reprodução/Redes Sociais
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A paisagem árida da região de Afar, no nordeste da Etiópia, ganhou um novo capítulo na manhã de domingo. Um vulcão pouco conhecido fora dos círculos científicos, o Hayli Gubbi, entrou em erupção após cerca de 12 mil anos sem qualquer registro de atividade.
O evento, considerado excepcional pelos centros internacionais de monitoramento, reacende a atenção para uma das zonas geológicas mais instáveis do planeta.
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A erupção foi identificada por observatórios especializados que confirmaram não existir nenhuma evidência moderna de atividade anterior do vulcão. Enquanto isso, no Havaí, um vulcão atingiu a 37ª erupção em menos de um ano.
Localizado a cerca de 800 quilômetros de Addis Abeba e próximo à fronteira com a Eritreia, o Hayli Gubbi integra a complexa cadeia do Rift Africano, onde placas tectônicas se afastam progressivamente e alimentam sistemas vulcânicos ativos.
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O Centro de Observação de Cinzas Vulcânicas de Toulouse registrou colunas de fumaça e cinzas alcançando aproximadamente 14 quilômetros de altitude. Apesar da intensidade, a atividade durou apenas algumas horas e cessou no próprio domingo.
As plumas foram rapidamente transportadas pelos ventos e se deslocaram até regiões do Oriente Médio e sul da Ásia, incluindo Iêmen, Omã, Índia e Paquistão.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram uma coluna espessa de fumaça se elevando do cume, embora o material ainda não tenha sido autenticado.
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O vulcão tem cerca de 500 metros de altitude e está situado em uma área remota e pouco povoada, o que provavelmente reduz o impacto direto sobre comunidades locais. Até o momento, não há relatos de vítimas ou informações oficiais sobre evacuações.
O leste da Etiópia é conhecido por sua instabilidade geológica e pela presença de múltiplos sistemas vulcânicos ativos. A área do Rift Africano, onde o Hayli Gubbi está inserido, representa uma das regiões tectonicamente mais dinâmicas do mundo.
Ali, placas continentais se afastam lentamente, criando fraturas profundas que permitem a ascensão do magma à superfície.
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No triângulo de Afar, esse movimento é ainda mais evidente devido ao encontro de três placas: Africana, Arábica e Somaliana. O processo, chamado rifteamento, produz vales de depressão, cadeias de vulcões e paisagens extremas como o deserto de Danakil.
Enquanto alguns vulcões da região, como Erta Ale e Nabro, aparecem com frequência nos relatórios de atividade por suas erupções contínuas, o Hayli Gubbi permanecia silencioso desde o início do Holoceno.
O evento deste fim de semana reforça a ideia de que o Rift Africano segue em transformação permanente, um processo que deve continuar por milhões de anos até resultar na abertura de um novo oceano.
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A erupção, ainda estudada por instituições internacionais, representa mais um capítulo das mudanças geodinâmicas em curso no leste do continente africano. O acompanhamento deve seguir intensificado nas próximas semanas, à medida que especialistas avaliam possíveis repercussões na região.