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Cotidiano

Você sabe para onde vai o seu lixo?

O Brasil é o quarto país que mais produz lixo plástico do mundo

Da Reportagem

Publicado em 31/10/2019 às 09:45

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Reprodução/TV Globo

O Brasil é o quarto país que mais produz lixo plástico do mundo, ficando atrás somente dos Estados Unidos, China e índia, de acordo com estudo da WWF, divulgado no primeiro semestre de 2019. Além disso, 30% do que jogamos fora poderia ser reaproveitado.
 
A falta de conhecimento sobre o caminho do lixo nos faz pensar que o processo acaba quando o caminhão de coleta passa na nossa porta. Mas todo o ciclo e, principalmente, as consequências ambientais que o lixo produz, são problemas que impactam no nosso dia a dia presente e ainda mais no futuro, caso nada mude. 
 
Onde vai parar o lixo que produzimos?
Coador de café, caixa de leite, saco de pães, pote de requeijão. Saco de ração do pet, areia do gato. Papel higiênico usado, lenços demaquilantes, tubos de creme dental, cotonetes. Absorventes, fraldas. Restos de alimento. Bitucas de cigarro. Pilhas. Latas ou garrafas com refrigerante. Embalagens de biscoitos. A lista de itens que consumimos diariamente é imensa, assim como o lixo gerado como resultado desse consumo. 
 
Por dia, um ser humano gera quase 2 kg de lixo, o que daria por ano algo em torno de 700 kg de lixo gerados por uma única pessoa. Imagine ter toda essa quantidade de resíduos dentro da sala ou do quarto de casa? Por isso, cada vez mais a conscientização sobre o descarte responsável do lixo é necessária, afinal a sala de casa de todos nós é o planeta, que já sente fortemente os impactos desse volume de detritos. 
 
Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, o SNIS, apenas 22% dos municípios do Brasil possuem coleta seletiva pública. A pesquisa também mostrou que 39% da população não separam o lixo orgânico do reciclável, 66% sabem pouco ou nada sobre coleta seletiva e 81% sabem pouco ou nada sobre o funcionamento das Cooperativas de Reciclagem.
 
Essa mudança de olhar também deve ocorrer em âmbito comercial e industrial. O lixo gerado por esses setores ainda é muito pouco reaproveitado, o que acarreta em impactos ambientais sérios e perda de dinheiro. Para ter mais controle sobre quem produz em maior quantidade, no Brasil há legislações que criam diretrizes importantes para gerenciamento de resíduos sólidos, a fim de garantir o descarte de forma adequada e consciente.
 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) existe para diminuir o impacto ambiental e não incentivar o uso de lixões. Guilherme Gusman, sócio da VG Resíduos, empresa que oferece solução online para gestão de resíduos, explica a importância do cuidado adequado com o lixo em escala industrial. "Nossa visão é termos um mundo sem resíduos. O que não quer dizer que os processos industriais deixarão de ter perdas, mas sim que toda perda seja reaproveitada. Atualmente no mundo apenas 19% dos resíduos são reaproveitados e quando falamos em países em desenvolvimento esse número cai para 4%. Nós trabalhamos todos os dias desenvolvendo ferramentas para maximizar o reaproveitamento de resíduos e acelerar o desenvolvimento sustentável", diz Gusman. 
 
Os lixões e aterros, locais para os quais grande parte do lixo é encaminhada, não oferecem condição adequada para a decomposição dos mais diversos tipos de materiais que formam os detritos. 
 
Os lixões causam a liberação de gases tóxicos e de chorume, contaminando a água e o ar. Insetos e animais são atraídos pelas toneladas de lixo, ajudando a transmitir doenças.Os aterros, que também recebem boa parte do lixo, possuem base impermeabilizada, evitando que o chorume penetre no solo e controlando a concentração de animais. 
 
A incineração de lixo faz a queima controlada dos resíduos, com filtros que seguram os gases poluentes. No entanto, a operação desse tipo de equipamento é cara e uma pequena falha pode causar verdadeiros desastres ambientais. Por conta disso, diversos países abandonaram essa alternativa. 
 
Reduzir, reutilizar e reciclar
 
O papel de cada cidadão é pensar no consumo que ocorre em casa e contribuir para a redução do volume do lixo. Pequenas atitudes valem muito no final de um ano e para as próximas gerações. Veja como contribuir:
 
Sabe aquelas sacolinhas plásticas para pesar separadamente alimentos no supermercado? Evite usá-las; elas são desnecessárias para uma porção de alimentos, como cacho de banana, melão, abacaxi, ou pequenas quantidades. Coloque direto no seu carrinho ou sacola de compras.
 
Evite também aquelas bandejas de isopor e plástico. Compre direto das gôndolas. Ir à feira próxima de sua casa é outra dica mais econômica e sustentável.
 
Várias marcas estão atentas para a questão ambiental e já oferecem embalagens mais compactas, chamadas de refil. Essa solução diminui o volume de plástico e você ainda economiza, pois o produto sai mais barato. É só guardar o recipiente da primeira compra e reutilizá-lo.
 
Separe os resíduos de sua residência entre orgânicos e recicláveis. Tenha duas lixeiras para cada finalidade e se informe sobre a coleta de cada um em seu município.
 
Composteiras tratam o lixo orgânico e são alternativas cada vez mais utilizadas, até mesmo em pequenos espaços. 
 
Evite o desperdício de alimentos, reaproveitando talos e folhas. 
 
Que tal adotar o hábito de reparar itens quebrados em vez de descartar tudo que quebra? Além de gerar economia, esse costume ajuda a diminuir sensivelmente a quantidade de objetos que vão parar nos lixões e aterros. 
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