O racismo ambiental é a imposição desigual de danos ecológicos a comunidades minoritárias / Nair Bueno/DL
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O racismo ambiental é a imposição desigual de danos ecológicos a comunidades minoritárias e de baixa renda. No Brasil, ele se manifesta na negligência estatal com favelas e periferias, áreas de maioria negra, onde a ausência de saneamento e infraestrutura transforma chuvas e eventos climáticos em tragédias recorrentes.
A expressão surgiu nos anos 80 com o Dr. Benjamin Franklin Chavis Jr., líder ativista nos EUA. Ele criou o termo ao expor que resíduos tóxicos eram deliberadamente despejados em bairros negros da Carolina do Norte. Seguidor da filosofia de resistência não violenta de Martin Luther King Jr., Chavis revelou ao mundo que a poluição também escolhe cor e endereço
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No Brasil, os territórios são invadidos, muitas vezes mesmo quando estão demarcados, e têm pouca participação nas decisões que impactam diretamente suas vidas e o meio ambiente. Estudos do MapBiomas apontam que as terras indígenas são as áreas mais preservadas do país, mostrando o papel desses povos na conservação ambiental, apesar da exclusão política.
Especialistas reforçam que combater o racismo ambiental exige criação de políticas públicas que considerem desigualdades históricas, garantam participação das comunidades afetadas e promovam educação ambiental.
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O Comitê de Monitoramento da Amazônia Negra e Enfrentamento ao Racismo Ambiental, criado em 2023, é uma das iniciativas que visam propor medidas concretas de proteção e justiça socioambiental.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, reforça: “Nenhuma medida será plenamente eficaz enquanto não colocarmos no centro as populações mais vulnerabilizadas. Justiça ambiental só existe com justiça racial.”