Nem todos se animam como as crianças com a chegada do Papai Noel / Imagem: Freerange
Continua depois da publicidade
Apesar de ser amplamente promovido como um período de alegria e união, o Natal desperta sentimentos de aversão em muitas pessoas. Esse fenômeno não pode ser simplificado como "mau-humor", mas sim como a resultante de uma série de fatores psicológicos, sociais, culturais e econômicos.
A aversão é multifatorial, tendo como pilares a exclusão social e religiosa, a pressão para cumprir expectativas, o materialismo e consumismo, a intensificação da solidão e a reativação de conflitos familiares.
Continua depois da publicidade
Para quem se sente à margem, o Natal é um lembrete anual de que não se está em conformidade com o ideal socialmente imposto.
É fundamental compreender as raízes desse desgosto para que se possa promover um ambiente festivo mais empático e inclusivo. As evidências apontam para causas bem definidas que transformam a data em uma fonte de estresse e tristeza para uma parcela significativa da população.
Continua depois da publicidade
Aproveite e veja também: Praia Grande reúne opções de presente de Natal em feira de artesanato; veja onde
A exclusão social e religiosa é um dos principais motivos que levam ao ódio ao Natal. Pessoas que não celebram a data ou não são cristãs frequentemente vivenciam uma sensação de marginalização diante da onipresença avassaladora dos símbolos, músicas e rituais natalinos.
Em sociedades culturalmente diversas, a dominância da celebração natalina tem o potencial de exacerbar os sentimentos de exclusão em minorias religiosas ou culturais. A pressão para se adequar a um feriado com o qual não se identificam, em termos de valores ou crenças, é uma das fontes mais legítimas de aversão.
Continua depois da publicidade
O Natal traz consigo um conjunto de normas e obrigações sociais — como a troca de presentes, a hospitalidade e a organização de reuniões — que podem gerar um alto nível de estresse e ansiedade.
Essa pressão leva a uma sensação de fracasso ou incapacidade de cumprir o "espírito natalino", especialmente em idosos ou em quem não pode participar plenamente das festividades. O prazer é substituído pela obrigação.
A expectativa de felicidade e união a todo custo é um fardo pesado. A falha em atender a esse ideal socializado de Natal é um fator que contribui para o desconforto e a aversão à data, pois a pessoa se sente culpada por não corresponder à imagem de festa perfeita.
Continua depois da publicidade
O materialismo e o consumismo desenfreado, centrados na compra e troca de presentes, são outros fatores cruciais para o desgosto. O foco excessivo em gastos e posses pode gerar ansiedade financeira e insatisfação, especialmente em pessoas menos materialistas ou que estão enfrentando dificuldades econômicas.
Para esses indivíduos, a repulsa ao foco comercial do Natal é uma resposta de valores. Eles rejeitam a data por enxergarem nela uma celebração vazia, onde a mensagem de união é ofuscada pela necessidade de consumir.
Essa dissonância de valores entre a pessoa e a celebração cultural é um fator decisivo no desenvolvimento da aversão, pois há uma profunda descrença no significado atual da data.
Continua depois da publicidade
A própria personalidade contribui para a aversão natalina. Traços como o neuroticismo e a baixa extroversão estão associados a um menor envolvimento nas festividades e a um maior desconforto durante o período. A dificuldade em lidar com a pressão social por interação e alegria é um fator que aumenta a aversão à data.
Por fim, pessoas com valores divergentes dos predominantes (ateus, secularistas ou membros de outras religiões) rejeitam o Natal por não se identificarem com seus significados.
Essa diferença de identidade e valores é uma causa legítima de aversão, pois a pessoa se recusa a adotar uma celebração que não a representa.
Continua depois da publicidade