11 de Outubro de 2024 • 14:53
E os temporais de verão começaram a deixar estragos em um bairro que sempre sofre com o mesmo problema. A Vila São José, em Cubatão, passou a tarde desta quarta-feira (9) debaixo d’água.
Enquanto alguns tentam tirar a água do quintal para diminuir o prejuízo, um grupo de moradores tentava amenizar o problema limpando as comportas, instaladas em frente ao bairro, após a linha do trem. “Não adianta trocar as comportas e não limpar. Não dá para culpar ninguém, mas precisa de limpeza”, comenta um dos moradores.
Os entulhos boiavam. A chuva não deu tempo para o Caça-Treco retirar o lixo. Quem precisava ir para casa e enfrentou a chuva, tirou os sapatos, levantou as calças e caminhou com cuidado pelas vias cheias. As ruas encheram ao ponto de cobrir as rodas dos carros estacionados.
Quem estava no ponto de ônibus, rezava para não tomar um banho. Os motoristas, mesmo vendo a situação dos moradores, não diminuíam a velocidade e provocavam um chafariz de água da chuva, molhando quem estava no ponto de ônibus ou fugindo da chuva pela calçada. E mesmo em meio ao caos, os jovens sabem se divertir. A pista de skate do bairro, localizada na Praça da Cidadania, virou piscina.
Mas tinha gente que não estava achando graça, não. “Eu perdi os meus móveis nos cômodos de baixo. E agora? Quem vai pagar?”, gritou uma moradora do alto de seu sobrado assim que avistou a reportagem do DL.
“Fala lá para os deputados, para os prefeitos, para o governador: precisa desassorear o Rio Casqueiro se não isso aqui sempre vai encher”, reclamou um senhor com rodo em punhos e calças levantadas, com água até o joelho.
A reportagem registrou a situação do bairro, mas também encontrou ruas cheias na Vila Nova, na Praça do Crevin. Na internet, moradores de vários pontos da cidade postaram fotos de ruas e casas alagadas.
Resposta da prefeitura
Na tarde desta quarta-feira (9), além das chuvas torrenciais que atingiram toda a região e provocaram o restabelecimento do nível de alerta pela Defesa Civil de Cubatão, a maré chegou a 1,3 metro, bastante alta para a Baixada Santista. O sistema de comportas da Vila São José entrou em funcionamento, fechando-as para proteger aquele núcleo da invasão da água da maré, o que aumentaria o problema da enchente, e só com a baixamar é viável abrir as comportas para que as águas pluviais sejam escoadas.
Segundo a secretaria de Manutenção Urbana e Serviços Públicos, a limpeza dessas comportas é feita normalmente a cada dois dias, e diariamente neste período chuvoso, não sendo constatado, pela manhã, o acúmulo de lixo. O que pode ter acontecido é a própria correnteza causada pelas chuvas desta tarde de quarta-feira ter arrastado para o local o lixo das ruas, sendo importante por isso que os moradores se conscientizem quanto às consequências do abandono de detritos nas vias públicas.
Como já foi explicado aos moradores, para resolver definitivamente o problema, a Prefeitura aguarda a liberação de recursos do governo federal, para a execução de um extenso plano de macrodrenagem naquela área, que engloba a reestruturação do sistema de drenagem das ruas da cidade e a instalação de bombas elétricas para escoar a água. Tal projeto, orçado em R$ 40 milhões, está inscrito no Ministério das Cidades.
Contudo, ações por parte de outras esferas de governo são importantes para contribuir com a drenagem eficiente, como o desassoreamento dos rios e braços de mar. As enchentes têm sido verificadas em outras cidades da região, como Santos e São Vicente, confirmando o caráter metropolitano do problema.
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