Cotidiano

Vice-governador de SP confirma leilão do 1º túnel imerso do Brasil para setembro

'Sonho do túnel Santos-Guarujá vai se tornar realidade', afirmou Felicio Ramuth (PSD) em entrevista ao podcast De Olho no Poder, do mesmo grupo do Diário

Bruno Hoffmann

Publicado em 08/06/2025 às 07:10

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Felicio Ramuth (PSD) confirmou que o leilão para a construção do túnel entre Santos e Guarujá será feito no dia 5 de setembro / Thiago neme/Gazeta de S. Paulo

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O vice-governador de São Paulo, Felicio Ramuth (PSD), confirmou que o leilão para a construção do túnel entre Santos e Guarujá será feito no dia 5 de setembro. Em entrevista ao podcast De Olho no Poder nesta semana, do mesmo grupo do Diário, ele contou detalhes sobre a tecnologia.

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"O túnel em si terá 800 metros, e a tecnologia já existe. Faremos trechos do túnel fora do mar, depois levamos para o mar e conectamos os pedaços do túnel", explicou.

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"Em 5 de setembro o governador Tarcísio de Freitas baterá o martelo no leilão, e o sonho de 100 anos se tornará realidade", continuou o mandatário.

Ainda conforme Ramuth, a obra ficará pronta em cinco anos.

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Ele também contou sobre a aprovação da parceria para os serviços de balsas do estado de São Paulo. Segundo o vice-governador, todas as balsas serão 100% elétricas, com mais economia e conforto aos usuários. Haverá, ainda, novos terminais.

"Em São Sebastião mudaremos o lugar da balsa, porque hoje atrapalha muito o trânsito e atrapalha o espaço do porto", revelou.

Ele também garantiu que todas as tarifas continuarão a mesma, e a gratuidade será estendida para quem estiver a pé.

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Mesmo com o túnel, a balsa entre Santos e Guarujá será mantida, destacou ainda.

Cracolândias

O vice-governador disse que o "sumiço" de usuários da cracolândia, na região central de São Paulo, nas últimas semanas está relacionado ao conjunto de ações coordenadas pela gestão estadual que encaminhou voluntariamente milhares de pessoas para tratamento.

"Não foi da noite para o dia [que os usuários saíram da região], mas um trabalho de dois anos e cinco meses. Neste momento, temos 1,2 mil usuários que estão em tratamento em hospitais e comunidades terapêuticas", afirmou.

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Segundo ele, no início do trabalho na região no atual mandato do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em janeiro de 2023, havia 2,5 mil pessoas que frequentavam a cracolândia diariamente, com concentração na rua dos Gusmões.

Na última semana antes do "desaparecimento" dos usuários, a contagem na cena aberta de uso era de apenas 40 pessoas.

Questionado por que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) disse não saber o destino dos usuários, no dia seguinte ao "sumiço", em entrevista à imprensa, afirmou:

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"Na verdade, o prefeito teve uma reação até espontânea, e também me surpreendeu. Mas ele quis dizer o que o que tinha surpreendido foi ver a cena da cena aberta de uso vazia naquele dia", explicou.

A principal estratégia para enfrentar o tema foi a criação do HUB de Cuidados em Crack e Outras Drogas, para padronizar as ações. "Antes, cada grupo remava para um lado".

O foco foi em saúde, apoio social e segurança pública. Desde então, 22 mil pessoas passaram pelo hub. Hoje, o Estado tem 40 casas terapêuticas para esse público. As ações contam também com apoio da Prefeitura de São Paulo.

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Ele também negou que a tese de que "cracolândias se espalharam" pelo centro e que haja 72 locais do tipo em bairros paulistanos, ao dizer que se tratam de pessoas em situação de rua, em que o uso de crack não é a regra.

Ele também disse que a ideia é no futuro levar o hub para outros locais do Estado, como a Baixada Santista.

Segurança pública

Na entrevista, Ramuth afirmou que trabalhos de inteligência junto com câmeras de monitoramento permitiram a prisão de mil traficantes.

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Houve um foco também em pensões, bares e ferros-velhos irregulares, que seriam um local para trocar pequenos objetos furtados por drogas. Uma série foi fechada no centro da Capital.

"Em um deles havia mais de cinco mil garrafas de Corote, que eram trocadas por objetos, muitos furtados", explicou.

Favela do Moinho

Um dos temas mais polêmicos da atuação do Governo de São Paulo no centro da capital paulista é a remoção da Favela do Moinho - a última que existe ainda no centro.

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Grupos de Direitos Humanos e de direito à moradia dizem que há o risco de famílias ficarem sem moradia. Ramuth garantiu à Gazeta que todas as 900 famílias têm garantia à casa própria.

"Todas receberão a casa", garantiu o governador, ao ser questionado mais de uma vez pelo jornalista da Gazeta.

Segundo o vice-governador, o crime organizado tinha uma presença forte na região, e fazia com que os próprios moradores pagassem aluguel para organizações criminosas.

Um acordo entre o governo estadual e federal, do presidente Lula (PT), garantiu, segundo ele, que todas as famílias recebam a casa própria no valor de até R$ 250 mil sem precisar pagar nada pelo imóvel.

Desse valor, R$ 170 mil vêm do governo federal e R$ 70 mil do governo estadual. Também há a opção de apartamentos do CDHU.

Ainda conforme o político, as famílias têm liberdade para escolher onde morar, com opções no centro e até em outros estados, caso desejem. Algumas famílias já se mudaram para seus novos apartamentos.

Questionado também sobre cenas de violência policial na Favela do Moinho durante a desapropriação, o vice-governador disse que qualquer abuso será apurado, sem dar mais detalhes sobre essa apuração.

Nova sede administrativa

Ramuth informou que o leilão da nova sede administrativa do Governo de São Paulo será realizado no segundo semestre deste ano, e que a mudança deve revolucionar a região da atual Praça Princesa Isabel, no centro.

Ele é o presidente do Conselho de Desestatização e participa deste e de outros projetos.

O investimento total previsto é de R$ 6 bilhões, com unificação de todos os edifícios do Governo de São Paulo, além de construção de moradias de várias faixas de preços.

"Hoje, os 22 mil servidores estão espalhados em 60 prédios, com 15 contratos diferentes. Estamos juntando todos em um único contrato", defendeu.

A expectativa é que os primeiros prédios sejam concluídos em quatro anos.

Os críticos dizem que a ideia irá gentrificar a região - ou seja, afastar moradores de menor poder aquisitivo. Ramuth negou o risco.

"É natural que a esquerda use esses argumentos, mas o centro de São Paulo já é completamente diferente daquele de quando assumimos. No centro mora pessoas de todos os níveis sociais", defendeu.

Ele também revelou que na próxima semana devem ser lançados dois novos projetos populares próximos à região conhecida como cracolândia, com uma nova praça para os moradores. O muro, que causou polêmica por separar os usuários da avenida ao lado, será mantido.

"Aquele muro não era para segregar, era para proteger aqueles usuários", explicou. "Agora continuará para proteger as crianças que brincarão na praça".

Já o Terminal Rodoviário Princesa Isabel será transferido para um local próximo à Estação da Luz, mas com os pontos de ônibus sendo mantidos em volta da praça.

A empresa ou consórcio vencedor do leilão do novo centro administrativo será responsável pela construção, manutenção, segurança e limpeza pelos próximos 20 anos.

"Teremos um centro muito melhor", completou Ramuth.

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