24 de Abril de 2024 • 15:21
Pastor Marcos Pereira, do partido do prefeito, não se conformou com a falta de estrutura do Cemitério da Vila Júlia e acionou o MP juntamente com Paulo Corrêa / Matheus Tagé/DL
O ano legislativo em Guarujá só começa na próxima terça-feira (7), com a primeira sessão ordinária da Casa. No entanto, antes mesmo das discussões serem iniciadas, uma postura do vereador estreante, o pastor Marcos Pereira, do PSB, partido do prefeito Válter Suman, mostra que a vida do chefe do Executivo não será muito tranquila.
No último dia 30, Pereira fez a primeira denúncia formal contra o novo governo no Ministério Público (MP), solicitando investigação e abertura de um processo para apurar negligência cometida pela Administração no Cemitério da Vila Júlia. O documento também tem a assinatura do deputado estadual Paulo Corrêa Júnior (PEN).
O novato vereador, que poderia ter cobrado o prefeito de seu partido por intermédio de ferramentas legislativas como indicação ou requerimento, resolveu apelar para o MP por estar indignado pela falta de assistência à família do munícipe João Maurício da Silva, que faleceu e, por falta de médicos legistas (que se encontram em greve), teve seu corpo encaminhado para Santos no último sábado (28).
Mas o que mais irritou o parlamentar foi o fato de, ao chegar ao cemitério, junto com a família, foi surpreendido com a informação que não havia funcionários para realizar o sepultamento.
“Ou seja, se não bastasse a dor da família pela perda do ente querido em face à negligência municipal, (a família) teve que realizar o sepultamento com suas próprias mãos”, escreveram vereador e deputado no documento protocolado no MP na última segunda-feira (30).
Prefeitura
Procurada, a Administração informa que encontrou o seguinte quadro com relação aos cemitérios, que foi sonegado durante o processo de transição: contrato vencido desde 5 de outubro do ano passado e licitação com indícios de superfaturamento e direcionamento.
Atendendo a uma recomendação do MP e a um parecer da Advocacia Geral do Município (AGM), a Secretaria Municipal de Operações Urbanas (Seurb) anulou a licitação em questão. “Isso será rigorosamente apurado em sindicância e comunicado ao Ministério Público”, afirma o advogado Geral do Município, André Guerato.
Enquanto isso, o Município prevê a adoção de medidas emergenciais para, mesmo com todo esse quadro herdado da Administração anterior, garantir a realização dos serviços.
“Gostaria de agradecer o interesse e a preocupação do deputado Paulo Corrêa Júnior com a situação herdada, e aproveito a oportunidade para pedir ao deputado que destine emendas de sua cota pessoal para que a Administração tenha condições de reconstruir esse território devastado”, alfineta Guerato.
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