Cotidiano
Segundo relatos reunidos no livro Le Nouveau Mystère du Vatican (O Novo Mistério do Vaticano), de 2002, o equipamento teria sido desenvolvido secretamente no século 20 por um grupo de 12 cientistas
Descrito como um equipamento cilíndrico com antenas misteriosas e um tubo visualizador tridimensional, o Cronovisor teria sido capaz de capturar ondas de som e luz do passado / Domínio Público
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Muito além de manuscritos históricos e cartas de reis, o Arquivo Apostólico do Vaticano — um dos mais secretos e fascinantes do mundo — guarda também um dos maiores mistérios já atribuídos à Igreja Católica: o suposto Cronovisor, um dispositivo que permitiria 'ver o passado' como se fosse uma janela do tempo.
Segundo relatos reunidos no livro Le Nouveau Mystère du Vatican (O Novo Mistério do Vaticano), de 2002, o equipamento teria sido desenvolvido secretamente no século 20 por um grupo de 12 cientistas — entre eles, nomes como o físico Enrico Fermi, ganhador do Nobel, e o engenheiro aeroespacial Wernher von Braun, ex-nazista que trabalhou na NASA. A liderança do projeto seria de um monge beneditino italiano: Padre Pellegrino Ernetti.
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Descrito como um equipamento cilíndrico com antenas misteriosas e um tubo visualizador tridimensional, o Cronovisor teria sido capaz de capturar ondas de som e luz do passado, sintonizando períodos específicos da história por meio de um 'localizador de direção'. Segundo seus defensores, a máquina não era exatamente uma máquina do tempo tradicional, mas um visor que permitiria observar e registrar eventos passados com som e imagem.
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De acordo com o Padre Ernetti, a invenção teria possibilitado visualizar momentos bíblicos como a Última Ceia e a crucificação de Jesus Cristo — inclusive com registros fotográficos. Uma dessas supostas imagens chegou a ser publicada na revista italiana La Domenica del Corriere, em 1972, causando furor em todo o país.
A existência do Cronovisor, no entanto, nunca foi comprovada. O Vaticano nunca confirmou publicamente qualquer informação sobre o dispositivo, e alguns teóricos afirmam que ele teria sido selado e escondido nos cofres do Vaticano, por representar riscos caso caísse em 'mãos erradas'.
Críticos, por outro lado, apontam diversas inconsistências. Um artigo publicado na revista Paracelsus, em 1996, destacou a semelhança do design do Cronovisor com dispositivos fictícios de romances de ficção científica da década de 1940. Além disso, a famosa imagem atribuída à crucificação seria, na verdade, um cartão postal religioso do Santuário dell’Amore Misericordioso, na Itália — revelando possível fraude.
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Há ainda rumores de que o próprio Padre Ernetti teria confessado, em leito de morte, que tudo não passava de uma farsa — embora tal confissão nunca tenha sido oficialmente documentada.
Apesar da polêmica em torno do Cronovisor, o local citado como seu suposto esconderijo é bem real: o Arquivo Apostólico do Vaticano, anteriormente chamado de Arquivo Secreto, contém 85 km de prateleiras subterrâneas, com registros que vão desde o século 8 até os dias atuais. Lá estão documentos como o julgamento de Galileu Galilei e as cartas do rei Henrique VIII pedindo anulação de seu casamento com Catarina de Aragão.
A combinação entre fé, ciência e mistério segue sendo um atrativo irresistível para teóricos da conspiração e pesquisadores. E o Cronovisor, verdadeiro ou não, permanece como um dos mitos mais fascinantes da história recente da Igreja Católica.
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