Felipe Bernardo afirmou que a entrega do novo Hospital Municipal deve ocorrer ainda este ano / Nair Bueno/DL
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O prefeito de Peruíbe, Felipe Bernardo, afirmou que a entrega do novo Hospital Municipal deve ocorrer ainda este ano. O equipamento, com 70 leitos, teve sua obra civil concluída e agora passa pela fase de aquisição de equipamentos e contratação da organização social que fará a gestão. Com recursos do Estado e contrapartida do município, a unidade será um marco na história da cidade.
Além do hospital, Felipe destaca avanços em infraestrutura urbana, com pavimentação em diversos bairros, desassoreamento do Rio Preto, melhorias em ciclovias e reformas em unidades de saúde e educação. Também projeta a retomada de eventos turísticos, como o Encontro Ufológico, e a valorização de pontos históricos e culturais da cidade, como o Espaço Chico Latim e as ruínas do Abarebebê.
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Mesmo com orçamento apertado, o prefeito garante entregas importantes até o final do ano e afirma manter uma relação harmoniosa com a Câmara Municipal, essencial para viabilizar os projetos em andamento.
A seguir, os principais trechos da entrevista concedida ao jornal:
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Diário do Litoral - Há novidades sobre a obra no Hospital Municipal de Peruíbe?
Felipe Bernardo - Sim. A parte de construção civil do hospital foi finalizada em setembro do ano passado. Depois disso, foram feitos alguns pequenos reparos e ajustes antes da entrega final da obra. O governador assinou o autorização na semana retrasada, aqui em Santos, liberando o convênio do Hospital de Peruíbe, assim como o do Hospital de Bertioga. O de Peruíbe será um hospital municipal custeado também pelo Estado. O Governo estadual vai arcar com cerca de R$ 3,2 milhões. A diferença até o custeio total será coberta pelo Tesouro Municipal.
DL - Como foi definida a parte assistencial do hospital?
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Felipe - O plano assistencial de funcionamento foi aprovado aqui na DRS (Diretoria Regional de Saúde), com participação do comitê dos novos secretários de saúde da Baixada Santista. Foram definidos os serviços que o Hospital Municipal de Peruíbe vai oferecer para a região. Ele contará com clínica médica, UTI adulta, UTI pediátrica e pequenas cirurgias. Houve também um remanejamento: o Hospital Regional de Itanhaém continua com traumatologia e maternidade, e o de Registro com cardiologia. Agora estamos na fase de definição dos equipamentos, investimentos e mobiliário a serem adquiridos. Também está em andamento a contratação da Organização Social (OS) que fará a gestão do hospital.
DL - Qual a previsão de funcionamento do hospital?
Felipe - A previsão é que ele comece a funcionar ainda este ano. Esse é o desejo da Prefeitura, do Estado, do governador e também do secretário estadual de Saúde, Dr. Helene. O Estado investirá R$ 16 milhões em equipamentos. A contratação de RH será feita pela OS, que ficará responsável pela gestão do hospital.
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DL - E quanto à UPA de Peruíbe? Há previsão de entrega?
Felipe - Sim. O prédio da UPA foi reformado recentemente. Durante a obra, os serviços foram transferidos para o prédio da maternidade. Havia serviços que não estavam incluídos no contrato inicial, como a instalação de ar-condicionado e o sistema de oxigênio. Esses serviços específicos estão sendo executados agora. Queremos inaugurar com mobília nova, pois os móveis atuais vêm da antiga estrutura e não estão em boa condição. A ideia é entregar um prédio reformado, com equipamentos novos e uma gestão mais eficiente.
DL - Como funciona atualmente a gestão da UPA?
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Felipe - Hoje, temos servidores efetivos e profissionais contratados por credenciamento, pagos via RPA. A maioria são médicos. Estamos avaliando uma gestão por OS, o que pode trazer mais eficiência e economia. Ainda não há uma data certa para a reinauguração, mas acreditamos que será no final deste ano ou no começo do próximo.
DL - O seu governo pretende implantar mais trechos de ciclovias? Qual a política para esse setor?
Felipe - O nosso plano de governo contempla a expansão das ciclovias para bairros que ainda não são atendidos. Peruíbe é uma cidade plana, onde muitas pessoas usam a bicicleta como meio de transporte. Já temos ciclovias no Caraguava indo para o Centro, na região central como na Luciana de Bona, na Jorge Copesco, e também temos ciclofaixa na Vila Guilhermina e ciclovia no São João Batista. Além de expandir, também temos a preocupação com a manutenção das ciclovias que já existem. Algumas precisam de melhorias, como iluminação. Infelizmente, temos sofrido muito com vandalismo, o que prejudica esse tipo de estrutura. Também temos ciclovia na orla da praia, e a ideia é terminar a da Luciana de Bona e implantar ciclovias em bairros ainda não contemplados.
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DL - Peruíbe é referência no ufoturismo. A prefeitura vai manter o Encontro Ufológico?
Felipe - A ideia é retomar o Encontro Ufológico a partir do próximo ano. Em 2024, tivemos que fazer cortes por conta da situação financeira delicada e da responsabilidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal. Mas queremos voltar a realizar o evento, que é tradicional e traz benefícios à cidade, como o fortalecimento do turismo e da economia local.
DL - Quais são os planos para fomentar o ufoturismo em Peruíbe?
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Felipe - Queremos fazer um evento ainda melhor nos próximos anos, como já fizemos em 2017, 2018 e 2019, antes da pandemia. Já tivemos até atrações internacionais, a presença da revista UFO, e muita divulgação. Isso movimenta hotéis, restaurantes, gera emprego e aquece a economia.
DL - Quais são os planos para locais tradicionais como as ruínas, o Mirante da Torre e o museu?
Felipe - O museu já está em processo de reforma com apoio da Lei Aldir Blanc. Uma historiadora da cidade foi contemplada com um projeto que prevê a reforma do imóvel e o cadastramento das peças, algo que nunca havia sido feito. As ruínas do Abarebebê foram reabertas, houve um investimento, mas o local sofreu vandalismo e furtos, então hoje funciona com visitas monitoradas mediante agendamento na Secretaria de Turismo. A ideia é fazer uma concessão à iniciativa privada para que esse equipamento turístico seja revitalizado. O Mirante da Torre precisa de investimento. A estrutura está há muitos anos abandonada, apesar da bela vista da cidade. A proposta é também buscar a iniciativa privada para promover melhorias.
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DL - Como está a situação dos bairros e quais são os planos de melhoria?
Felipe - Tivemos muitos avanços no Caraguava, com quase 10 ruas pavimentadas só nos primeiros seis meses: Cardeal Barbarico, Sorocaba, Araraquara, Rua 39, Travessas da Comamada e da Mineira (antiga Rua 27). Também estamos calçando ruas na Nova Itariri, Limeira, Palmital e Presidente Prudente. O Recreio Santista tem uma situação mais delicada, pois a área não é regularizada. Isso impede que a gente consiga firmar convênios com o Estado ou receber emendas. A regularização fundiária é o primeiro passo para levar infraestrutura ao local.
DL - Há outros bairros nessa situação?
Felipe - Sim, temos vários bairros com loteamentos antigos, feitos antes da Lei 6.766/79, que não exigia infraestrutura. Já fizemos entregas importantes como a Avenida José Dilma, que liga a Luciana de Bona à rodovia. Agora precisamos olhar para regiões como Pérola Negra, Luciana de Bolão e outras no pós-rodovia, com o mesmo cuidado.
DL - A cidade tem um histórico de dificuldades com chuva. O que está sendo feito para minimizar isso?
Felipe - Em bairros sem asfalto, a chuva representa um transtorno enorme. A Prefeitura nem sempre consegue atuar a tempo em todas as ruas. Fazemos serviços paliativos, mas a cada nova chuva o problema volta. É um desafio que demanda muito recurso com material e maquinário.
DL - Como está a obra do Espaço Chico Latim? Quando será entregue?
Felipe - A obra segue dentro do cronograma. É um investimento com recursos do DADE (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias), da Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo. A ideia é que o espaço seja entregue no primeiro semestre do ano que vem, e se tudo der certo, no aniversário da cidade. Será um equipamento multiuso da Secretaria de Turismo e da Secretaria de Cultura, com apresentações de artistas locais, oficinas e palestras. A parte superior será aberta ao público e a inferior contará com salas climatizadas. Um espaço moderno e muito bonito.
DL - Há alguma novidade sobre o prédio da Lama Negra?
Felipe - Sim. A previsão é que a obra seja finalizada ainda este ano, pois esse é o prazo do convênio com o Estado. A Prodep (empresa de economia mista de Peruíbe) voltou a ter autorização para extrair a lama, e precisamos de um local adequado para aplicação. A ideia é que o local seja municipal, moderno e acessível. Um lamário administrado pela Prefeitura, para não haver conflitos com a economia mista. O objetivo é valorizar o turismo terapêutico, que sempre foi um diferencial de Peruíbe.
DL - Julho é um mês de muitos eventos em Peruíbe. O que está programado?
Felipe - Temos o Festival de Inverno e o Festival Gastronômico, que já estão em andamento. A divulgação do Festival Gastronômico começou, os restaurantes estão cadastrando seus pratos — é um evento tradicional que vem crescendo a cada ano. Temos festas juninas nas entidades, a final do Campeonato Municipal de Futebol Amador na semana que vem, o Festival de Quadrilhas promovido pela Secretaria de Cultura, e eventos do calendário religioso, como o Dia de São João Batista, celebrado hoje, e a tradicional festa de São Pedro, o padroeiro dos pescadores.
DL - Como está o andamento da obra de desassoreamento do Rio Preto?
Felipe - É uma obra iniciada nesta gestão, algo que era planejado há anos. Conseguimos avançar com apoio da Secretaria de Meio Ambiente do Estado e da Defesa Civil, especialmente após a enchente de janeiro. A CETESB dispensou o licenciamento, e a ESP (antiga DAEE) começou o trabalho entre a ponte do Caraguava e a Rodovia Padre Manoel da Nóbrega — um trecho de cerca de 3 km, com previsão de mais três meses para conclusão. Vamos seguir com o trecho da ponte do Caraguava até a ponte do Jardim Veneza, e depois até a foz do rio, na ponte do Costão. Já pedimos a continuidade à Secretaria de Meio Ambiente do Estado, que vai analisar as questões orçamentárias.
DL - O desassoreamento resolve o problema das enchentes?
Felipe - Ajuda bastante, mas não resolve por completo. Temos também ações de limpeza de valas, campanhas educativas e alertas da Defesa Civil. Mas o problema estrutural exige um plano de micro e macrodrenagem com investimentos do Governo Federal. Já protocolamos projetos, mas ainda não fomos contemplados.
DL - A linha férrea em Peruíbe está abandonada. Há diálogo com o Estado ou com a concessionária?
Felipe - O trecho está com mato alto e vandalizado. A concessionária Rumo não tem interesse em explorar economicamente essa linha no Litoral Sul. Já entramos com ação judicial e, mesmo condenada, a empresa não cumpre suas obrigações de manutenção. Estivemos na ANTT com o deputado federal Marangoni pedindo providências administrativas. A empresa já foi multada. Também discutimos a possibilidade de devolução da concessão, o que abriria espaço para a municipalização e uso turístico ou urbanístico do trecho.
DL - A estrada do Guaraú sofre com deslizamentos. Há projeto para resolver isso?
Felipe - Temos um protocolo de segurança para fechar a estrada em caso de risco. Um estudo do IPT identificou 41 pontos críticos que exigem contenção de encostas. Encaminhamos o projeto ao Ministério das Cidades. No entanto, o programa federal prioriza encostas com risco direto à moradia de famílias, e nossa situação é diferente — queremos garantir a segurança do sistema viário. Argumentamos que há moradores, comércios e restaurantes ao longo da estrada, e que ela é a única via de acesso para mais de 4 mil pessoas. Já foram feitos quatro trechos com investimento de cerca de R$ 10 milhões. Mas são 4 km com um ponto crítico a cada 100 metros. Ainda precisamos de muito mais recursos para garantir a segurança total da via.
DL - Desde o início da gestão, quais foram as prioridades?
Felipe - Começamos com o combate às enchentes, priorizando o desassoreamento do Rio Preto. Em seguida, a prioridade passou a ser a conclusão e funcionamento do Hospital Municipal, um equipamento inédito em Peruíbe. São 70 leitos, e a obra está finalizada. Depois da saúde, nossa prioridade será a zeladoria da cidade: limpeza pública, tapa-buraco, iluminação e infraestrutura. Temos uma grande deficiência nessa área, especialmente na Secretaria de Obras.
DL - Quais avanços houve em educação e saúde?
Felipe - A Educação vai bem. Já reformamos escolas importantes, como a José Veneza Monteiro, ampliada e agora acessível. Investimos cerca de R$ 4 milhões, resolvendo problemas estruturais antigos. Temos mais escolas em reforma e uma nova sendo construída no Jardim Brasil. Na Saúde, estamos reformando e ampliando UBSs, e com a UPA bem encaminhada. Nosso foco agora é finalizar esses equipamentos e garantir uma rede de saúde mais eficiente para a população.
DL - Como está a situação do Centro de Convenções? Há previsão de entrega?
Felipe - Não há orçamento previsto na Secretaria de Educação para finalizá-lo este ano. A obra deve levar mais um ano e meio ou até mais, pois há risco de perda de serviços já realizados, o que encarece a retomada. É uma situação que nos preocupa bastante.
DL - Ainda tem muita obra acontecendo na cidade. No que a Prefeitura está trabalhando no momento?
Felipe - Temos obras com orçamento assegurado ou quase finalizado, como a Escola Rosane dos Santos, a Creche São João Batista e a Creche da Zona Norte — essa última um pouco mais atrasada. Também temos a escola José Roberto Preto, no Guaraú, que está quase pronta, mas com algumas pendências contratuais. O postinho do Trevo da Nova Itariri vai começar. A quadra do bairro Ruínas está em reforma, e a quadra poliesportiva da região central também deve ser iniciada em breve, aguardando liberação do governo municipal. Na zeladoria, estamos pavimentando principalmente a região da Nova Itariri, com várias ruas já avançadas. Na região do Ruínas, a obra mudou toda a configuração local: fizemos ciclovia, espaço pet, rampa de acesso à faixa de areia, iluminação e um ponto para turismo náutico, com estrutura para catamarãs e vela. E no entorno do Mercado de Peixes, investimos em uma nova área de eventos e parque turístico. O antigo mercado de peixe está com pendência de licenciamento ambiental com a SPU, mas após a resolução, queremos finalizar a reurbanização da área.
DL - O que o senhor garante para a população até o final do ano ou até o aniversário da cidade, em fevereiro?
Felipe - Garanto que a cidade estará muito melhor. Com muito empenho da equipe, reuniões semanais, gestão de cronogramas e orçamento, estamos avançando. O orçamento é limitado — 65% vem do governo federal e estadual — e a receita própria é baixa. Mesmo assim, teremos entregas importantes como as ruas da Nova Itariri, a quadra do Ruínas e, principalmente, o funcionamento do hospital.
DL - O hospital será entregue por completo ainda este ano?
Felipe - Essa é a meta. Mas, se houver imprevistos, é possível que iniciemos por etapas, como foi feito no hospital de Itanhaém. Mesmo assim, será um grande avanço.
DL - Como está a relação do Executivo com a Câmara?
Felipe - Muito respeitosa e harmoniosa. Dos 15 vereadores, 12 foram eleitos conosco. Os três da oposição mantém boa relação comigo, inclusive pessoal. A Câmara entende seu papel fiscalizador e também apoia projetos importantes, ajuda a buscar emendas — e isso fortalece a cidade.