Cotidiano

Em Santos, usuária de crack quer voltar ao tratamento

Moradora do Rádio Clube, na Zona Noroeste, ela reclama da burocracia

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 14/11/2012 às 11:46

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O aniversário de Cristiane, nome fictício, se aproxima e  ela nem pensa em comemoração. Às vésperas de completar 47 anos, se contenta por ora em diminuir o consumo de crack, redução comemorada a cada momento.

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“Quero voltar para o tratamento, mas a burocracia é grande”, confessou ao Diário do Litoral, enquanto procurava alguma coisa no chão para vender para reciclagem.
 
A Reportagem encontrou Cristiane na Rua Alexandre Negrine, no Rádio Clube, Zona Noroeste. No local, uma cracolância persiste há pelo menos dois meses, apesar das ações da Prefeitura de Santos.
 
A presença de Cristiane na cracolândia contrasta com os dados que a Administração Municipal tem do local. Na quarta-feira, 07 de novembro, o Diário do Litoral publicou uma matéria sobre a cracolândia, na qual o secretário descrevia o perfil do grupo de usuários da droga. “Estamos monitorando. O grupo é o mesmo, de dez a quinze pessoas, só rapazes e homens. Não há registro de mulheres”.
 
Cristiane contou que mora no Rádio Clube e já passou por tratamento para parar de usar crack. Mas as dificuldades vão além da vontade de cessar o consumo do entorpecente. 
 
“Vestida assim, desse jeito, não tenho nem como pegar um ônibus para ir a uma consulta”. Ela mesma sabe da  razão da desconfiança. “O pessoal não gosta de ver gente vestida como eu porque tem muito usuário de crack que rouba para comprar a droga”.

A Reportagem a encontrou na Rua Alexandre Negrine, no Rádio Clube (Foto: Luiz Torres/DL)

Esconderijo
A Rua Alexandre Negrine acabou se tornando um ponto de consumo de crack por algumas razões: o acúmulo de lixo nos dois lados da calçada afasta os pedestres.
 
A presença de várias carretas forma um “muro” entre a calçada e o local onde passam os motoristas. Em dias de chuva, uma carcaça de um carro, devidamente protegida por cobertores e lençóis, também é usada para quem quer fumar crack sem ser visto.
 
Perto da via, as pedras de crack são compradas por R$ 5,00 (pequenas) ou R$ 10,00 (grandes).

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